Cerca de 70 famílias do residencial Paranoá Parque aguardaram em fila. Secretaria de Educação diz que há 1,2 mil vagas remanescentes na região.
Para tentar garantir uma vaga remanescente para os filhos em uma escola pública, moradores do conjunto habitacional Paranoá Parque, no Distrito Federal, tiveram de dormir na fila em frente à regional de ensino. A primeira pessoa da fila espera desde as 12h de segunda-feira (15). Durante a madrugada, quem aguardava se protegia do frio com colchões e cobertores trazidos de casa, no condomínio popular. A previsão para início de atendimento é às 8h.
Primeira da fila, a vendedora ambulante Tatiane Melo faz parte de uma das cerca de 70 famílias que aguardavam ser atendidas. “Estamos cansados. Não temos apoio de ninguém. Não podem deixar a gente entrar nem pra beber água nem ir ao banheiro. Estamos com fome, sede e frio”, conta a mulher, que espera conseguir uma vaga para a filha de 7 anos.
A filha do taxista Leonardo Ferreira dormiu no carro do pai durante a madrugada. “A situação é essa: pessoas foras, no relento, com coberta. Quem tem carro fica revezando. A minha filha tem 8 anos, mas quis vir nessa luta”, contou o pai. “Às vezes a gente vai nas regionais. Alguns dão uma resposta sincera, mas outros vêm com sacarmos. A questão é que o governador exigiu que a gente se mudasse em 30 dias, mas não construiu escola e não tem infraestrutura lá.”
Nesta segunda (15), cerca de 470 mil estudantes voltaram às aulas nesta segunda-feira (15) na rede pública. O DF tem 1.159 instituições de ensino – das quais cerca de 660 são públicas. Os moradores do Paranoá Parque foram contemplados no programa habitacional Morar Bem.