Carlos Geovani Cirilo foi ferido no rosto e está internado no Hospital de Base em Brasília. Ele saiu de Belo Horizonte na caravana da União Geral dos Trabalhadores de Minas Gerais (UGT-MG).
O manifestante baleado no rosto durante protesto contra o presidente Michel Temer (PMDB) em Brasília, nesta quarta-feira (24) é o servidor aposentado de Minas Gerais, Carlos Geovani Cirilo, de 61 anos. Ele está internado em estado grave no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital de Base, na capital federal, e respira com a ajuda de aparelhos. A Polícia Civil investiga de onde saiu o disparo.
Cirilo foi à Brasília na caravana da União Geral dos Trabalhadores de Minas Gerais (UGT-MG) que saiu de Belo Horizonte. De acordo com o presidente da Associação Sindical dos Trabalhadores de Minas Gerais (Asthemg), Carlos Augusto, ele chegou até a Esplanada dos Ministérios com outros servidores, mas não retornou ao ônibus no fim do protesto.
“Quando houve o confronto com a polícia, ele quis voltar. Ele disse ainda que tinha esquecido os documentos no ônibus. Aí, ninguém mais o viu. Anoiteceu e nada dele voltar para o ônibus. Aí veio a preocupação”, contou.
De acordo com a Asthemg, depois de procurá-lo, surgiu a informação de que ele havia sido ferido pela polícia. Mas por estar sem os documentos, a identificação de Cirilo só ocorreu na noite desta quinta-feira (25) quando um dos três filhos dele, Vander Lúcio Martins, chegou à Brasília.
Martins foi ao hospital acompanhado por um diretor da Asthemg. Foi o representante da entidade que confirmou ao G1 que o homem baleado é Cirilo. Os dois estavam na unidade de saúde, mas ainda não tinham entrado para ver o paciente, porém, já tinham a informação de que era mesmo Cirilo.
O Hospital de Base atendeu 35 pessoas que ficaram feridas durante a manifestação, e o Hospital Regional da Asa Norte recebeu outras dez. O Corpo de Bombeiros contabilizou 49 atendimentos – os quatro pacientes que “sobram” nessa contagem foram levados a hospitais privados. Ao longo da madrugada e da manhã desta quinta (25), 41 foram liberadas.
Tiros
Imagens divulgadas pelo jornal O Globo mostram dois policiais militares sacando as pistolas e atirando contra manifestantes durante protesto desta quarta-feira. O vídeo foi feito nas imediações do Ministério da Agricultura.
Os policias foram mantidos em serviço – sem afastamento preventivo ou troca de função – pelo Comando-Geral da Polícia Militar do Distrito Federal. Uma investigação interna foi aberta para apurar a conduta deles.
Em nota, a PM diz que “o inquérito se encontra ainda no início e, durante o decorrer das apurações, serão garantidos e respeitados todos os direitos de ampla defesa e contraditório, assim como determina nossa legislação”, e que eventuais punições “só serão efetuadas ao final do processo apuratório em questão”.