Carlos Cirilo foi ferido no rosto e está internado no Hospital de Base; ele é servidor aposentado de Minas Gerais. PM diz que inquérito sobre caso ‘encontra-se ainda no início’.
servidor aposentado Carlos Geovani Cirilo, de 61 anos, que levou um tiro no rosto durante o ato contra o presidente Michel Temer (PMDB), na última quarta-feira (24), em Brasília, passou por uma cirurgia na manhã desta segunda-feira (29). A Secretaria de Saúde do Distrito Federal informou que o procedimento, realizado pela Unidade da Bucomaxilofacial do Hospital de Base, foi feito para fixar a mandíbula de Cirilo.
Segundo os médicos, a bala – que está alojada próxima à veia carótida do paciente – não poderá ser retirada. Em nota, a secretaria apontou que a extração do projétil poderia comprometer ainda mais o estado de saúde do servidor aposentado que é de Minas Gerais. Até as 16h desta segunda (24), Cirilo continuava internado na UTI do Centro de Traumas e respirava com a ajuda de aparelhos.
Em entrevista ao G1, um dos filhos de Cirilo, Vander Lúcio Martins, disse que tentou buscar informações sobre o pai, no domingo (28), mas descobriu que ele foi operado somente ao chegar à unidade médica nesta segunda. “Nem me falaram qual seria o horário da cirurgia. Estamos perdidos”, comentou Martins.
No sábado (27), a deputada Erika Kokay, vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, foi ao Hospital de Base buscar informações sobre o estado de saúde do manifestante. A parlamentar exige um exame de balística para saber se o projétil, que atingiu o rosto de Cirilo, veio da arma de um policial militar.
Questionada sobre a investigação, a Polícia Militar do DF disse que esse inquérito “encontra-se ainda no início e, durante o decorrer das apurações, serão garantidos e respeitados todos os direitos de ampla defesa e contraditório, como determina nossa legislação”. A corporação, no entanto, não mencionou se o exame de balística foi realizado.
No texto enviado, a polícia ressaltou que “devido ao caráter reservado do Inquérito Policial Militar (IPM), e sob risco de prejuízo às investigações, a PMDF não vai divulgar o nome dos policiais”.
Dos 49 feridos na manifestação da última quarta-feira (24), quatro pacientes seguiam internados no Hospital de Base até as 16h desta segunda (29). O número inclui o manifestante que ficou com a mão dilacerada após tentar atirar um rojão na direção dos policiais. Segundo testemunhas, o objeto explodiu antes de ser lançado.