Mãe da psiquiatra é ligada ao MDB regional; estatuto impede esse tipo de vínculo. Médica de 28 anos deve ser mantida na Subsecretaria de Atenção Integral.
O governo Ibaneis Rocha (MDB) recuou da decisão de indicar apsiquiatra Renata Rainha, de 28 anos, para chefiar o novo Instituto Hospital de Base do Distrito Federal. Até a tarde desta terça-feira (29), o Palácio do Buriti ainda não tinha confirmado um nome substituto para o cargo.
Com a lei aprovada pela Câmara Legislativa na semana passada, a entidade passará a administrar UPAs e o Hospital de Santa Maria até o fim do ano (veja detalhes abaixo). O governo chegou a anunciar a sanção da lei nesta terça, sem vetos, mas desmentiu a informação no início da noite.
Segundo o Buriti, a indicação foi cancelada porque a mãe de Renata, Rose Rainha, é a atual presidente da Fundação Ulysses Guimarães no DF. A entidade é ligada ao MDB e, segundo o Buriti, há uma cláusula no estatuto do Instituto Hospital de Base que impede esse tipo de vínculo.
Renata Rainha também é filha do conselheiro do Tribunal de Contas do DF e ex-presidente do órgão, Renato Rainha. No início do ano, ela foi nomeada subsecretária de Atenção Integral à Saúde do DF – cargo onde deve permanecer.
Com a desistência do governo, um novo nome deve ser enviado à avaliação do Conselho de Saúde nos próximos dias. O gestor aprovado terá um mandato de dois anos, renovável por igual período.
Quem era a indicada?
Renata Rainha se formou em medicina na Universidade Católica de Brasília, em 2013, e concluiu a especialização em psiquiatria em 2017, após residência médica em um hospital psiquiátrico de Niterói (RJ).
Além de atual chefe do instituto ligado ao MDB, Rose Rainha chefiou o gabinete do ex-vice-governador do DF Tadeu Filippelli (MDB), entre 2011 e 2014, e atuou na equipe de transição do governo Ibaneis.
O atual marido de Rose – “padrasto” de Renata – e coronel da Polícia Militar do DF, Josias Seabra, foi escolhido para dirigir o DFTrans, autarquia responsável pela gestão do transporte público do DF.
Além das suspeitas de indicação política, pesou contra Renata a falta de experiência na gestão pública. Ela chegou a coordenar a emergência do hospital de Niterói onde fez residência mas, após receber o título de especialista, só voltou a assumir um cargo de chefia no último dia 3, já indicada por Ibaneis.
O novo instituto
Com a nova lei, o modelo adotado pelo IHBDF desde janeiro de 2018 será implementado em todas as seis Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e no Hospital de Santa Maria (HRSM). O hospital de Taguatinga (HRT) e o Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) estavam previstos, mas foram retirados do texto.
A proposta recebeu o sinal verde de 14 deputados distritais. Com 22 parlamentares presentes, era preciso apenas uma maioria simples para dar aval ao projeto – ou seja, 12 votos. Fonte: Portal G1