Bolsa avançou 2,2% na semana apesar de fechar o dia em baixa de 0,5% após anúncios de corrupção no MEC
A bolsa paulista terminou no vermelho nesta sexta-feira, em sessão de ajustes, com ações de empresas de ensino entre as maiores quedas do Ibovespa após anúncio de investigação de indícios de corrupção no Ministério da Educação.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,5 por cento, a 97.525,91 pontos, segundo dados preliminares, após rali na véspera, quando fechou acima de 98 mil pontos repercutindo notícias sobre a reforma da Previdência. O volume financeiro somava 14,8 bilhões de reais.
Na semana, o Ibovespa subiu 2,2 por cento, conforme dados pré-ajuste de fechamento, apoiado principalmente na alta de quinta-feira, conforme as idades mínimas de aposentadoria definidas no texto da Previdência alimentaram apostas de uma proposta robusta e com chance de melhorar o quadro fiscal do país.
“O mercado agora aguarda o detalhamento da proposta e envio ao Congresso até o próximo dia 20”, disse o operador Alexandre Soares, da BGC Liquidez DTVM, em São Paulo. “O governo agora vai testar a sua base para aprovação do projeto.”
“O mercado vai ficar à mercê das novidades da reforma da Previdência”, reforçou um gestor de portfólio da asset de um banco estrangeiro em São Paulo. “Mesmo com previsão de ser votada no meio do ano, o texto e o trâmite ocorrem agora.”
Destaques
– ESTÁCIO e KROTON caíram 5,2 e 6,2 por cento, respectivamente, tendo como pano de fundo acordo assinado pelo ministro da Educação para investigar indícios de corrupção, desvios e outros de atos lesivos à administração pública no âmbito do MEC. SER EDUCACIONAL, que não está no Ibovespa, caiu 7,18 por cento.
– USIMINAS PNA recuou 2,79 por cento, após balanço do quarto trimestre de 2018, que analistas consideraram fraco, apesar da alta de 84 por cento no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado, que alcançou 830 milhões de reais no período.
– MAGAZINE LUIZA cedeu 3,94 por cento, em sessão negativa para o setor de varejo como um todo, com VIA VAREJO encerrando em baixa de 3,12 por cento e B2W caindo 0,32 por cento.
– MARFRIG avançou 3,94 por cento, tendo no radar que a companhia fez o primeiro embarque de produtos para o Japão por meio de suas unidades no Uruguai. No setor, JBS subiu 2,21 por cento, com decisão da China de isentar 14 empresas brasileiras, incluindo a companhia, de tarifas antidumping sobre as importações de produtos de frango.
– BRF encerrou em queda de 0,7 por cento. A companhia também se beneficiou da decisão chinesa, mas o noticiário incluiu prazo dado pela Procuradoria da República em Ponta Grossa (PR) para que o Ministério da Agricultura compartilhe informações das medidas tomadas contra a dona das marcas Sadia e Perdigão na operação Trapaça.
– ITAÚ UNIBANCO PN e BRADESCO PN recuaram 1,03 e 0,65 por cento, respectivamente, maiores pesos negativos no Ibovespa, após rali no final da sessão de quinta-feira, na esteira do noticiário sobre a Previdência. SANTANDER BRASIL UNIT perdeu 0,51 por cento e BANCO DO BRASIL subiu 0,13 cento.
– PETROBRAS PN recuou 0,41 por cento, apesar do avanço do petróleo no exterior, também em meio a ajustes após fechar em alta de quase 3,5 por cento na véspera. A companhia vai provisionar 3,5 bilhões de reais no balanço do quatro trimestre de 2018 após acordo com a reguladora do setor de petróleo, ANP, para unificação de campos do Parque das Baleias.
– VALE encerrou com acréscimo de 0,48 por cento, conforme segue volátil após a tragédia em Minas Gerais, com o noticiário da sessão incluindo incêndio em sua unidade na Malásia e prisões de funcionários da companhia em investigações sobre rompimento da barragem em Brumadinho (MG).
Fonte Exame