Um dos vírus mais clássicos e danosos da história da internet celebra 22 anos de vida nesta quarta-feira (4). Foi nesta mesma data no ano 2000 que o Love Bug, mais conhecido como ILOVEYOU, começou a circular.
Apesar de ser bastante simples, a forma de disseminação e o tema da mensagem original transformaram a ameaça em um ataque de proporções globais. A estimativa é de que, em dez dias, ele tenha atingido 45 milhões de máquinas e gerado um prejuízo de até US$ 10 bilhões, já que teria atingido empresas e servidores de entidades governamentais.
Tudo começa com um email com título “Eu te amo”, enviado por algum contato da sua lista. O corpo da mensagem é até formal demais para a ocasião e bem objetivo: “Faça o favor de checar o anexo CARTA DE AMOR enviada por mim”.
O email do ILOVEYOU.Fonte: Billy Martins/YouTube
Dentro, está um anexo disfarçado de arquivo de texto TXT, mas que, na verdade, continha um arquivo em Visual Basic Script (VBS).
O ILOVEYOU tinha duas grandes consequências: se replicar a partir de emails enviados por você a toda a sua lista do Microsoft Outlook e sobrescrever todos os arquivos de mídia do disco, incluindo imagens, músicas, vídeos e alguns documentos.
O corpo do texto com o anexo.Fonte: Billy Martins/YouTube
As vítimas incluíram a Câmara dos Comuns, no Parlamento do Reino Unido, a operadora AT&T e até o Pentágono — sendo que todos tiveram que passar um tempo desconectados até que a ameaça fosse isolada e detectada.
Quem criou o vírus ILOVEYOU?
O responsável pelo Love Bug é Onel de Guzman, um jovem nascido nas Filipinas. Enquanto estudava na AMA Computer University, ele criou um software muito parecido que tinha como objetivo roubar a senha de acesso à internet de outras pessoas do país, para que ele pudesse navegar sem custos. Um professor viu a proposta e o rapaz não conseguiu concluir o curso.
Com pequenas modificações no código, ele criou a nova versão e adotou a temática amorosa por achar que seria uma boa isca, já que “muitas pessoas queriam namorar, queriam umas às outras e queriam amor”.
Onel de Guzman na época do vírus.Fonte: CNN
Em menos de um mês, Onel foi identificado pelo FBI, localizado e preso por autoridades do seu país. O jovem chegou a dar entrevistas e um depoimento oficial, mas não foi acusado ou preso. O motivo? As Filipinas não possuíam leis específicas para invasões ou crimes virtuais.
Já o vírus foi rapidamente contido, especialmente por ser bastante simplificado em programação — mas ajudou a espalhar vários golpes parecidos ao longo dos anos seguintes, com os mais variados temas.
A BBC localizou o rapaz em 2020. Trabalhando em um quiosque de reparo de celulares, ele ainda morava em um distrito da capital Manila e não gostava da “fama” adquirida como criador do ILOVEYOU.
Fonte: TecMundo