Fogo começou por volta das 23h, e ninguém se feriu.
Um incêndio atingiu uma pilha de entulho no hotel abandonado Torre Palace, em Brasília, na noite desta terça-feira (20). Foi por volta das 23h.
Uma pessoa no hotel ao lado gravou com um celular o entulho em chamas. Dez bombeiros foram acionados para apagar as chamas. Não houve vítima.
Caso de família
A disputa interna em torno do Torre Palace começou no início dos anos 2000. Com a morte do empresário libanês Jibran El-Hadj, a esposa e os seis filhos herdaram o patrimônio, avaliado à época em R$ 200 milhões. Eles acabaram entrando em desacordo sobre os rumos do estabelecimento.
Em 2007, três filhos do empresário saíram da sociedade e entraram na Justiça pedindo parte da herança, com valor estimado de R$ 51 milhões. O valor sairia da venda do Torre Palace para uma construtora. A empresa adiantou R$ 17 milhões para os herdeiros que mantiveram a sociedade. Contudo, antes da venda do prédio, a Justiça já havia penhorado o local.
O advogado que representa uma parte dos herdeiros (três irmãos), Antônio Alberto Cerqueira, disse que o trio está disposto a negociar e encontrar uma solução. Segundo ele, todos os trâmites envolvendo o hotel estão travados na Vara de Falências do DF.
“Os irmãos que perderam a ação criaram manobras para frear o processo, e o juiz admitiu e suspendeu a ação. Foi a partir daí que houve a invasão. A culpa tem sido da morosidade do Judiciário.”
Do luxo ao lixo
Com 14 andares e 140 apartamentos, o Torre Palace foi inaugurado em 1973 e funcionou por 40 anos em um dos pontos mais valorizados da cidade.
As janelas do edifício têm uma vista privilegiada do Congresso Nacional, da Esplanada dos Ministérios, da Catedral Metropolitana, do Museu da República, da Torre de TV e do estádio Mané Garrincha, todos instalados no Eixo Monumental.
Ao ser desativado pelos donos em 2013, o Torre Palace acabou se transformando em ponto de uso de drogas e convivência de moradores de rua. Dentro do hotel, a destruição e o abandono tomaram conta dos espaços. No entanto, segundo corretores e representantes imobiliários ouvidos, o lote onde persistem as ruínas pode valer até R$ 45 milhões.
O local foi alvo de uma megaoperação policial que retirou invasores. Foram gastos R$ 802,94 mil gastos com a desocupação.
Fonte: G1 DF