Todo início de ano simboliza um novo recomeço para muitas pessoas. Tem as que traçam metas para o trabalho, as que prometem se dedicar mais aos estudos e as que se matriculam na academia para se sentirem bem com o próprio corpo. Mas existe uma questão que poucos se atentam e que, se não observada, pode tomar proporções irreversíveis: a saúde mental.
Apesar de esforços para a conscientização da população sobre os distúrbios da mente, profissionais da área têm esbarrado no preconceito e na desinformação da sociedade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país mais deprimido da América Latina, com 5,8% da população com quadros de depressão, que no pior dos casos, pode levar ao suicídio.
Foi pensando em alertar sobre os perigos das doenças mentais que, em 2014, psicólogos de Minas Gerais criaram a campanha Janeiro Branco. Inspirados pelo Outubro Rosa, os idealizadores decidiram escolher o mês de janeiro por se tratar de uma época de renovação.
Um levantamento da OMS de 2019 mostrou que 18,6 milhões de brasileiros sofrem de ansiedade, condição que incapacita e que sem um acompanhamento adequado pode escalar para quadros mais graves.
Com um aumento de 24% no número de suicídios pela população jovem entre 2006 e 2015, psicólogos têm alertado para o tratamento preventivo.
A campanha Janeiro Branco é uma iniciativa sem fins lucrativos que pretende, através de estratégias políticas, sociais e culturais, evidenciar temas da saúde mental e prevenir o adoecimento emocional da população.
Tratamento
Em São Paulo, é possível encontrar profissionais e clínicas-escolas que ofereçam atendimento a valores reduzidos ou até mesmo gratuitos, como na Clínica de Psicologia da Universidade Mackenzie e no Instituto de Psicologia da USP.
Cidades com mais de 15 mil habitantes contam com unidades do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), órgão ligado ao SUS que conta com equipe multiprofissional para atender pessoas com transtornos mentais de todas as faixas etárias.
Aqueles que buscam acompanhamento devem se dirigir à unidade mais próxima, portando RG e CPF, e solicitar o atendimento.
Um dos objetivos da campanha é que o Janeiro Branco se torne lei em todos os estados do país. Aqui em São Paulo, o Projeto de Lei 965/2017, da ex-deputada Célia Leão (PSDB), tramita na Casa com o objetivo de incluir a campanha no Calendário Oficial do Estado.
Fonte: ALESP