O empresário Giampiero Rosmo teve os presentes da festa de seu casamento confiscados pela Justiça no último dia 6 de setembro
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Réu em um processo sentenciado no ano de 2010, o empresário Giampiero Rosmo teve os presentes da festa de seu casamento confiscados pela Justiça no último dia 6 de setembro. Em uma decisão incomum, o juiz Fábio Martins de Lima determinou o “bloqueio da totalidade dos créditos/produtos recebidos pelo casal Giampiero Rosmo e JP nas lojas Dular, Fast Shop e Tool Box”.
Rosmo foi condenado a pagar R$ 1.390.830,01 referentes a despesas médicas, de funeral e em danos morais à família de Antônio Ferreira Lima, então morador do Varjão. Em 2007, o empresário se envolveu em um acidente de carro no Setor de Mansões do Lago Norte. Na ocasião, Giampiero Rosmo saiu sem prestar socorro a Antônio Lima, que, um ano depois, morreu em decorrência das complicações da colisão.
Desde a condenação, no entanto, o empresário nunca quitou sua pendência com a família de Antônio Lima. Afirmou nos autos do processo que não tinha bens passíveis de penhora em seu nome. Foi aí que o juiz se valeu do padrão de vida exibido por Giampiero Rosmo para obrigar o réu a pagar a indenização devida aos parentes da vítima. E a forma como o magistrado encontrou de fazer valer sua decisão foi penhorar os presentes recebidos por ocasião do casamento do réu, realizado em uma fazenda perto de Pirenópolis no último mês de agosto.
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“Percebe-se que o réu exibe alto padrão financeiro ao realizar festas de luxo”, expôs o magistrado em sua decisão. Entre as evidências citadas pelo juiz Fábio Martins de Lima, estão a festa de casamento de Giampiero e viagens que ele fez ao exterior registradas em colunas sociais e sites. Para o magistrado, as fotos ajudam a comprovar a realização de uma cerimônia luxuosa: “O autor ostenta padrão de vida não condizente com as informações obtidas pelos sistemas do juízo. Ademais, há indícios de que o demandado realiza diversas viagens internacionais, situações que não se ajustam à suposta falta de patrimônio indicada pelos sistemas processuais”.
Presentes à parte
A noiva não é parte no processo de indenização, pois casou com Giampiero nove anos depois do episódio. E se sentiu prejudicada com a decisão da Justiça que lhe impediu de retirar todos os presentes recebidos em sua festa de casamento. No total, eles somam R$ 31 mil. Foi aí que ela entrou na Justiça pedindo a suspensão da penhora dos produtos. Na ação, a noiva sustenta que os bens “lhe pertencem integralmente, por ter sido a responsável pela contratação e financiamento de todo o evento”. Diz ainda que os “presentes foram dados por seus convidados e os contratos com as lojas foram feitos exclusivamente em nome dela”.
Mas em 3 de novembro, o desembargador Robson Barbosa de Azevedo negou à noiva que retirasse seus presentes das lojas. No entanto, o magistrado também não permitiu que o crédito fosse repassado para a família de Antônio, até o julgamento final do recurso.
O Metrópoles procurou a família dos noivos que, por meio de uma advogada, afirmou que a versão das partes já foi apresentada à Justiça por meio dos autos. A respeito do acidente que resultou na morte de Antônio Ferreira Lima, o empresário Giampiero afirmou que a pista, na época da batida, estava em obras, sem iluminação e sem sinalização. Sobre não ter prestado auxílio à vítima, o empresário justifica que também teve de ser levado ao hospital.