Cerca de 300 pessoas protestaram de forma pacífica contra o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) na noite desta quarta-feira (26), em São Paulo. A manifestação começou por volta das 18h30, na Praça do Ciclista, na Avenida Paulista, e se destacou por um beijaço em frente à sede do partido do parlamentar.
Com apitos, bandeiras do movimento gay e faixas contra Feliciano, o grupo criticava o polêmico presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, que segundo os manifestantes é homofóbico e racista, e o projeto que autoriza psicólogos a proporem tratamento para reverter a homossexualidade, a chamada “cura gay”. Durante o protesto, manifestantes gritam “Vem para a rua contra a cura”.
De autoria do deputado João Campos (PSDB-GO), a proposta pede a extinção de dois artigos de uma resolução de 1999 do Conselho Federal de Psicologia. Um deles impede a atuação dos profissionais da psicologia para tratar homossexuais. O outro proíbe qualquer ação coercitiva em favor de orientações não solicitadas pelo paciente e determina que psicólogos não se pronunciem publicamente de modo a reforçar preconceitos em relação a homossexuais.A aprovação do projeto pela Comissão de Direitos Humanos ocorreu na semana passada e motivou protestos em outros estados desde então.
A caminhada em São Paulo seguiu pela pista sentido Paraíso da Paulista, que foi totalmente bloqueada, e continuou pela Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, nos Jardins. Duas faixas da via foram ocupadas. Próximo da Rua Estados Unidos -e a poucas quadras da Assembleia Legislativa- fica a sede do PSC.
Ao chegar em frente à casa que sedia o partido de Feliciano na capital, os manifestantes não notaram o pequeno símbolo da legenda em sua fachada e seguiram reto. O grupo já alcançava o fim do quarteirão quando líderes do movimento notaram o engano e pediram para que voltasse.
A multidão se concentrou na porta da casa, colou cartazes e pichou “Fora Feliciano” na parede. Em seguida, um beijaço e uma salva de vaias foram propostos pelos organizadores do ato, ambos prontamente atendidos pelo público.
Pouco antes das 21h, o protesto terminou e os manifestantes dispersaram. A Avenida Brigadeiro Luiz Antônio foi totalmente liberada no horário. Segundo a PM e a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), nenhuma ocorrência foi registrada.