Exatamente 15 dias após a manifestação que reuniu estudantes, professores e servidores da Educação no centro de Brasília, a Esplanada dos Ministérios voltou a ser palco de novo protesto com pautas semelhantes nesta quinta-feira (30).
A votação da reforma da Previdência e o corte de verbas das instituições federais de ensino estavam entre as pautas. O grupo rejeita a proposta do governo que altera a política de aposentadoria do país e também é contra o bloqueio do orçamento destinado às universidades públicas, como a Universidade de Brasília (UnB) (entenda abaixo).
O protesto foi convocado pelas redes sociais. Alunos, professores, centrais sindicais e companhias artísticas participam da mobilização, que teve início por volta das 10h e acabou pouco antes das 14h.
O público se concentrou na praça do Museu Nacional da República e deu uma volta na Esplanada dos Ministérios. Três faixas do Eixo Monumental ficaram bloqueadas para a passagem dos manifestantes e foram liberadas por volta das 13h40.
Confusão
Confusão entre policiais militares e estudantes durante protesto contra cortes de verbas na educação, em Brasília, nesta quinta-feira (30) — Foto: Luiza Garonce/G1
Durante o trajeto em direção ao Congresso, houve um princípio de tumulto entre policiais militares e manifestantes. A corporação usou spray de pimenta contra o grupo, e um homem foi preso. Segundo a PM, ele foi encaminhado para a 5ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte.
Uma outra mulher também chegou a ser detida pela polícia, mas foi liberada em seguida. No momento da apreensão, ela passou mal e o Corpo de Bombeiros prestou socorro.
Bombeiros socorrem mulher que participou de protesto, em Brasília, contra corte de verbas na educação nesta quinta-feira (30) — Foto: Pedro Borges/TV Globo
Críticas contra o GDF
Em cima de um trio elétrico estacionado ao lado da Biblioteca Nacional da República, os manifestantes também protestam contra o governo local, de Ibaneis Rocha (MDB). Eles acusam a atual a gestão de “ataques à classe trabalhadora”.
Força Nacional reforça a segurança na entrada do prédio do Ministério da Educação (MEC) em manifestação nesta quinta-feira (30) — Foto: Maria Ferreira/G1
Segurança reforçada
A Força Nacional reforça a segurança na entrada do prédio do Ministério da Educação (MEC) desde esta quarta (29), quando a medida foi autorizada por uma portaria publicada no Diário Oficial da União e assinada pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro.
No texto, consta que o prazo do apoio prestado pela Força Nacional poderá ser prorrogado, se necessário.
Manifestantes fazem ato pela educação e contra reforma da Previdência em Brasília — Foto: Luiza Garonce/G1
Aulas mantidas
Apesar da mobiliação ter sido convocada por movimentos estudantis, as aulas na Universidade de Brasília (UnB), no Instituto Federal de Brasília (IFB) e nas escolas públicas não foram suspensas.
Em nota, a UnB informou que os estudantes têm autonomia para se organizar e realizar mobilizações. Apesar disso, “não há previsão de alterações no calendário acadêmico, que é definido pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão”.
Manifestantes protestam em Brasília contra bloqueio de verbas na educação — Foto: Luiza Garonce/G1
Entenda os cortes na educação
- Em decreto de março que bloqueou R$ 29 bilhões do Orçamento 2019, o governo federal contingenciou R$ 5,1 bilhões da educação
- Dos R$ 5,8 bilhões cortados, R$ 1,704 bilhão recai sobre o ensino superior federal
- Em maio, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) informou sobre a suspensão da concessão de bolsas de mestrado e doutorado
- Os cortes e a suspensão motivaram os protestos de 15 de maio
- Após os atos, o governo disse que liberaria mais recursos para a educação, mas manteve o corte anunciado em março