Produtos foram encontrados na comercial da 116 Norte; lista inclui seringas, cateteres, luvas e coletores de urina lacrados. Endereço de destino das caixas estava vazio nesta terça.
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Caixas de material hospitalar lacrado – e fora da validade – e embalagens de lixo hospitalar foram abandonadas em uma área pública na Asa Norte, em Brasília, nesta terça-feira (29). As caixas foram identificadas por um catador de material reciclável na saída da 116 Norte, no fim da manhã.
Ao serem questionados, o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) e com a Agência de Fiscalização (Agefis), em busca de informações sobre o destino do material e as regras sobre o assunto. Os órgãos responderam com dados técnicos (veja abaixo), mas não disseram se pretendiam recolher a carga e investigar a responsabilidade pelo descarte irregular.
A lista de materiais incluía oito caixas de coletores de urina, duas caixas de seringas, três caixas de fixador celular – usado em exames laboratoriais – e duas caixas de cateteres. Agulhas para remédio intravenoso, frascos para nutrição enteral e luvas também foram descartados no local.
Alguns dos itens estavam com a validade expirada. Uma sacola com aviso de “lixo infectante” estava junto dos materiais novos, sem indicação exata do conteúdo.
O catador Fábio Cortés diz que ficou “revoltado” ao encontrar o material. Para ele, mesmo que os itens estejam vencidos, seria preciso evitar que crianças e animais entrassem em contato com esse tipo de produto.
“Praticamente no meio da rua, imagina se uma criança mexe. Tantas pessoas precisam de cirurgia e não fazem por falta de material. É um absurdo ver tanto desperdício.”
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Destinatário identificado
Algumas das caixas abandonadas no local ainda guardavam o adesivo de envio pelos correios. Na tarja, constava que o material foi enviado à Linemed Produtos para Saúde Ltda., com endereço na própria quadra comercial.
Esse tipo de material é usado por laboratórios e hospitais das redes pública e privada. Por isso, a princípio, não é possível identificar quem seriam os usuários finais dos insumos descartados.
Em nota, o SLU informou que o descarte correto dos resíduos químicos da rede pública é feito por uma empresa especializada, contratada pelo GDF. Já a rede particular tem que firmar seus próprios contratos para recolher esse tipo de rejeito.
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De acordo com a Agefis, o despejo de lixo em local irregular pode gerar multas de R$ 74 a R$ 185 mil. O valor varia de acordo com a quantidade, o local de descarte e o tipo de resíduo. Mas, para que a notificação seja aplicada, é preciso que o governo ou a polícia identifiquem o autor da infração.
Até a publicação desta reportagem, a Secretaria de Saúde ainda não tinha respondido se conseguiria identificar o responsável pelo descarte irregular, com base na lista de produtos e na etiqueta de destino.