Adriana Melo testou gestantes em 2015 e enviou amostras à Fiocruz. DF monitora 19 grávidas que tiveram resultado positivo para o vírus.
Responsável a apresentar as primeiras evidências da relação entre o vírus da zika e o aumento no número de casos de microcefalia, a média Adriana Melo participa de uma palestra em Brasília sobre o tema no dia 16 de abril. O objetivo é mostrar os aspectos clínicos e epidemiológicos do micro-organismo, o panorama do DF e os desafios do diagnóstico.
Pesquisadora do Instituto de Pesquisa Professor Joaquim Melo, a médica paraibana desconfiou da relação entre o vírus e a síndrome em agosto de 2015. Ela tomou a iniciativa de coletar o líquido amniótico de duas gestantes cujos bebês tinham sido diagnosticados com microcefalia por exames de ultrassom.
As amostras, enviadas para a Fiocruz, levaram à descoberta de que o vírus era capaz de atravessar a placenta, feito inédito na ciência que reforçou as evidências de associação entre o zika e microcefalia. Por causa das evidências, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou em fevereiro estado de emergência internacional.
A rede pública de saúde do DF já confirmou a presença do vírus em 19 grávidas: 11 de Brasília, sete de Goiás e uma de Mato Grosso. Os dados foram divulgados no boletim epidemiológico de quarta-feira (30). O atendimento das gestantes é considerado prioritário para a Secretaria de Saúde, que monitora todas as que tiveram diagnóstico positivo para o micro-organismo.