Pressionada a dar uma resposta às manifestações nas ruas, a presidente Dilma Rousseff lançou uma série de medidas que dependem do Congresso — entre elas, a reforma política via plebiscito —, mas escanteou projetos que, de fato, teria autonomia de levar adiante, a exemplo da redução de ministérios e do corte de gastos públicos. Para especialistas, Dilma sucumbiu ao fisiologismo da base para manter a coalizão governista e é refém de um sistema político obsoleto.
Em reação à iniciativa da presidente de pautar o Congresso com a reforma política sem antes buscar um consenso, a oposição e parlamentares aliados, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), citaram o inchaço da Esplanada, tido como um dos pontos fracos do governo do PT. Entre a primeira gestão do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o atual mandato de Dilma, o número de pastas e secretarias com status de ministério saltou de 23 para 39, sendo a última a Secretaria da Micro e Pequena Empresa, criada para acomodar o PSD e cristalizá-lo na coligação de apoio à reeleição da petista em 2014.