Projeto reúne 28 produtores que trabalham com foco na preservação ambiental. Iniciativa surgiu para recuperar áreas de nascentes no Lago Norte.
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Uma iniciativa de 28 agricultores dos núcleos rurais do Lago Norte, Paranoá e São Sebastião, no Distrito Federal, concilia a produção de mel com a preservação ambiental. O “mel gourmet”, produzido pelas abelhas da espécie Jataí, pode valer até quatro vezes mais e ainda ajuda a manter a vegetação nativa e as nascentes de água da região.
Enquanto o mel tradicional é vendido por cerca de R$ 30 o quilo, a mesma quantidade do gourmet varia de R$ 60 a R$ 120. Mas a espécie, que não tem ferrão, produz bem menos que as outras.
Os apicultores coletam de 500 gramas a um quilo e meio de mel, por caixa de abelha, anualmente. A produtividade dos insetos com ferrão chega a ser de 10 a 15 vezes maior.
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Por outro lado, elas se adaptam a pequenos espaços e o fato de não serem agressivas facilita o manejo e a coleta do mel, assegura o técnico da Emater- DF Carlos Morais, que acompanha o trabalho.
“As abelhas Jataí são mais seguras e tranquilas. Podem ser criadas na varanda de casa.”
Na questão ambiental, o trabalho das abelhas que não tem ferrão ajuda a manter a multiplicação de árvores e flores nativas. De acordo com Morais, as abelhas Jataí são responsáveis por até 90% da polinização no Lago Norte.
Mel gourmet
A iniciativa de criar abelhas Jataí no Lago Norte surgiu como uma forma de recuperar as áreas degradadas e as regiões de nascentes. Segundo o técnico da Emater-DF Carlos Morais, a ideia inicial era melhorar a qualidade da água. Somente depois, os agricultores começaram a pensar na produção de mel.
O mel das abelhas Jataí, segundo a Emater, tem mais umidade e é menos denso. “Ele pode ser consumido como alimento, mas é reconhecido pelas vantagens medicinais”, explica Morais.
“Popularmente, o mel dessas abelhas é utilizado na fabricação de xaropes caseiros.”
A produção dos agricultores de Brasília é vendida para as farmácias de manipulação.
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Bom para produzir
A produtora Diana Chappo destaca a importância das abelhas para a preservação ambiental, mas também para a produção de frutas, que ela comercializa. “A gente percebeu que, depois das abelhas, a nossa produção de manga, por exemplo, aumentou”, disse ao G1.
Diana tem 38 colmeias espalhadas na propriedade onde cultiva goiaba, banana, abacate, manga e jabuticaba.
“As abelhas sem ferrão ajudam a polinizar o pomar.”
Para além da produção de frutas e da entrega do mel às farmácias de manipulação, os produtores de Brasília pretendem expandir os horizontes. “A ideia é desenvolver produtos como sabonetes, creme de pele e hidratante labial”, disse Diana. A previsão é começar a fabricação ainda neste ano.
Fonte G1