Adesão à greve, que começou no dia 9 de novembro, ‘está muito grande’, disse empresa. Funcionários descumprem decisão judicial de manter 90% da frota em horários de pico.
O Metrô do Distrito Federal informou que nenhuma das estações vai funcionar nesta segunda-feira (20) por falta de pessoal. De acordo com a empresa, a adesão à greve – que começou no dia 9 de novembro – “está muito grande” e, por isso, não há o número de mínimo de funcionários (75%) para manter o serviço.
Segundo o Metrô, até a semana passada havia um número reduzido de trens circulando, porque funcionários de áreas administrativas foram remanejados às estações para dar suporte à operação do sistema. Todo dia, cerca de 170 mil usuários utilizam o metrô na capital.
“Agora, esses empregados ficaram sobrecarregados e as áreas de que são responsáveis estão paradas, como fiscalização de contratos, manutenção, lançamento de folha de ponto, tudo isso parado”, disse a empresa.
“A maioria dos motoristas aderiu à greve.”
Na Justiça
Uma decisão judicial estabelece que 90% da frota circule nos horários de pico – das 6h às 10h, e das 16h30 às 20h30 – e 60% em horários de menos movimento sob pena de multa diária de R$ 100 mil. Mesmo assim, desde o primeiro dia de greve, os funcionários do Metrô descumprem a determinação.
Somente no dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), 12 de novembro, o serviço funcionou com 100% da capacidade, conforme decisão da Justiça, das 7h às 20h. “Todo dia tem oficial de justiça nas estações de metrô, no centro administrativo e estão constatando que não há funcionários”, disse a empresa.
O Sindicato dos Metroviários informou que “alguns empregados estão indo trabalhar todo dia”. “A questão é que a empresa estabeleceu que, se não tiver o quantitativo desejado, não vai abrir.”
“A gente entende que a greve é um transtorno pra população, pede desculpa, mas infelizmente é uma situação que está se arrastando há três anos.”
Com a paralisação do metrô, paradas de ônibus no Distrito Federal ficaram lotadas por volta das 6h30.
Os funcionários pedem reajuste salarial de 8,4%, com base na variação do índice INPC, e a contratação de 631 pessoas aprovadas no último concurso – 331 de forma imediata e 300 de cadastro de serva.
Segundo o sindicato da categoria, há déficit de cerca de 800 funcionários. O quadro atualmente tem 1,2 mil servidores. O salário inicial de um agente de segurança da empresa é de R$ 2,9 mil, o mais baixo da empresa. O maior salário inicial é o de engenheiro – R$ 6 mil.
“Quem descumpriu primeiro a liminar foi a empresa, porque deveria estar realizando a contratação dos empregados e realizando o INPC conforme a sentença judicial que foi estabelecida no TRT [Tribunal Regional do Trabalho]”, disse o sindicato.