Greve começou em 9 de novembro; Metrô estimou prejuízo de quase R$ 7 milhões. TRT considerou que cancelamento de reajustes justificou paralisação.
O Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10) determinou, nesta segunda-feira (18), o fim da greve do Metrô do Distrito Federal. Segundo a decisão, os metroviários que estavam paralisados há mais de um mês devem voltar ao trabalho nesta terça (19).
Apesar disso, a decisão também reconheceu a legalidade da paralisação. Isso significa que os trabalhadores em greve não terão desconto na folha, e que o Sindicato dos Metroviários não terá de pagar multa pelos dias parados.
Durante a greve, a direção do Metrô-DF chegou a anunciar que cortaria o ponto dos servidores paralisados, e que teria economizado R$ 1 milhão entre novembro e dezembro com essa medida (veja abaixo).
Em nota, o Metrô informou que “vai tomar as medidas para cumprir a decisão judicial”, mas não detalhou se vai pagar os dias descontados anteriormente, e de que forma isso seria feito.
Os funcionários que entraram em greve reivindicavam aumento salarial e novas contratações por parte do governo do DF. Desde o dia 9 de novembro, o Metrô funcionou com escala reduzida e chegou a parar por completo em alguns dias. Para “compensar” a falta dos trens, o DFTrans colocou ônibus extras em circulação.
Prejuízo da greve
A greve causou prejuízos de R$ 6,93 milhões durante o primeiro mês, até o último dia 12 – um dado fornecido pela própria companhia. A administração estima que 50 mil pessoas deixaram de usar os serviços todos os dias, que normalmente é acessado por 160 mil pessoas diariamente.
Já o gasto com funcionários foi menor, uma vez que o Metrô cortou o ponto dos funcionários grevistas. O Metrô informou que deixou de pagar aproximadamente R$ 1 milhão por não trabalho. No mês passado, sem a greve, a folha de pagamento alcançou R$ 8,9 milhões.
Procurado na última semana, o Sindicato dos Metroviários disse lamentar o prejuízo, mas afirmou que ele foi causado pelo próprio governo.
“Esse prejuízo sempre aconteceu porque, mesmo sem greve, as catracas chegam a ser abertas já que não tem funcionário suficiente. Poderiam ter resolvido esse problema antes contratando mais gente. Aí não perderam tanto [dinheiro]”, declarou o Sindimetrô.