Valor é 43% mais alto que o montante de 2015. Número não cobre gastos do Metrô, que em 2016 somaram R$ 343 milhões. Trens são usados por 170 mil pessoas por dia.
O Metrô do Distrito Federal arrecadou R$ 4,6 milhões com publicidade em trens e estações no ano de 2016. O número representa aumento de 43% em relação a 2015, diz a companhia. Segundo a empresa, foi percebido um “potencial publicitário” no sistema, usado por 170 mil pessoas todo dia.
O montante, no entanto, não é suficiente para cobrir as despesas do Metrô. Em 2016, foram gastos R$ 343,55 milhões. A maior parte (26%) é para cobrir o salário de empregados. O quadro atualmente tem 1.053 servidores, que ganham inicialmente entre R$ 2,9 mil e R$ 6 mil.
Ao todo, 3 dos 24 trens já estão adesivados com propagandas. A companhia também tem interesse em instalar painéis publicitários e adesivar o interior das estações. Segundo o Metrô, a arrecadação subiu também com a chegada de estandes, quiosques e caixas eletrônicos.
O setor financeiro do Metrô pretende aumentar pela metade a arrecadação em publicidade neste ano. São oferecidos 400 painéis publicitários nas 24 estações por onde passam os trens, que circulam pelos 42 quilômetros de via.
Segundo a companhia, 81% dos usuários são das classes B e C; 13%, da classe A, e 7%, das classes D e E. Mais de 40% dos passageiros têm nível superior e 56% têm renda familiar de até R$ 4 mil.
No começo deste ano, a passagem subiu de R$ 4 para R$ 5. O aumento foi derrubado pelos deputados distritais após uma série de protestos de estudantes.
Arrecadação
Os ônibus do Distrito Federal também poderiam gerar receita com publicidade. Um relatório da CPI dos Transportes, de 2016, apontou que o governo não conseguiu dar um jeito de receber toda a verba.
Segundo a Secretaria de Mobilidade, o DFTrans realizou um “diagnóstico” dos processos de publicidade e recebeu R$ 806,9 mil relativos a essa contrapartida. Faltam, ainda, outros R$ 818,5 mil, que não têm data prevista para serem depositados.
“Até hoje, não há qualquer medida adotada pelo governo sobre essa arrecadação da publicidade nos ônibus. Quer dizer, o GDF diz que está em dificuldades financeiras, mas não vai buscar esse dinheiro que é direito”, diz o relator da CPI, o deputado Raimundo Ribeiro (PPS).