O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, responsabilizou ontem a Polícia Militar do DF pelo tumulto em frente ao Palácio do Planalto na manifestação do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), na quarta-feira. Segundo o ministro, uma informação errada desencadeou o confronto que deixou cerca de 40 pessoas feridas, a maioria policiais.
Carvalho disse que o comando da PM recebeu a denúncia de que havia porretes em um dos ônibus usados pelos manifestantes quando, na verdade, o veículo guardava cruzes de madeira que seriam exibidas pelos sem-terra e pedaços de pau para montagem de barracas. “A PM teve uma informação, que eu não sei de onde veio, de que o ônibus do MST estava com porretes que poderiam ser usados contra a polícia. O comandante, que não vou criticar porque ainda não falei com ele, tomou a decisão de fazer um grupo da PM entrar na multidão para trancar o ônibus”, declarou o ministro, ao deixar, ontem à noite, o Congresso Nacional do MST, no Ginásio Nilson Nelson.
A tentativa de interditar o ônibus provocou a reação dos militantes do movimento, que partiram para o confronto com os policiais. Para o ministro, foram os líderes da manifestação que evitaram uma tragédia maior, ao proteger os policiais. Procurada pelo Correio, a assessoria do GDF não retornou as ligações para comentar as declarações de Carvalho.