Oferecidas às crianças, sacolas são desproporcionais ao tamanho dos alunos de creches da cidade; para Prefeitura, mochilas devem ser carregadas pelos pais
As crianças das creches municipais de Jequié, cidade do sudoeste da Bahia, receberam na última quinta-feira 18 mil novos kits escolares para o ano letivo de 2017. Os conjuntos surpreenderam por um motivo inusitado: o tamanho das mochilas, padronizado para todas as idades de educação oferecidas na cidade.
A situação logo chamou a atenção das redes sociais, uma vez que, para as crianças das creches locais, os utensílios ficaram muito grandes, com os estudantes chegando a caber dentro das mochilas. Para os usuários do Twitter que ironizaram a ação, as mochilas, são uma inovação da Prefeitura de Jequié, que pretendia fazer “modernos sacos de dormir” ou uma versão para crianças do programa Minha Casa, Minha Vida, que oferece moradias com baixo custo.
Houve ainda quem dissesse que as crianças lembravam pequenas tartarugas e quem tentasse imaginar como seria uma versão para quando elas chegassem à faculdade. Em nota divulgada nesta terça-feira, a Prefeitura de Jequié ressaltou norma de segurança do Ministério da Saúde que diz que alunos não devem carregar mochilas cujo peso ultrapasse 10% o deles próprios. Por conta disso, a necessidade de que as crianças levem materiais escolares e de higiene básica justificaria que as mochilas não devam ser carregadas por elas, mas por seus pais. “Ou será que estas pessoas querem afirmar que os pais de hoje não estão servindo nem pra carregar a mochila de seus filhos?”, questiona a administração da cidade.
Empossado em janeiro, o prefeito Sérgio da Gameleira (PSB) ressaltou no texto ter herdado baixíssimos índices de qualidade da educação da administração anterior e que isto deve ser a prioridade, criticando os que ironizaram o material ofertado pelo município. Segundo as informações emitidas pela Prefeitura, Jequié (BA) está entre as 10% cidades com o Índice de Oportunidade da Educação Brasileira (IOEB) mais baixo do país.
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