Ao comemorar 30 anos, Samambaia é uma cidade consolidada e celebra, nesta sexta-feira (25/10), uma realidade diferente de quando tudo começou. O cerrado com poucas casas, muita poeira e infraestrutura precária foi se transformado em uma cidade urbanizada e com comércio crescente. Conhecida como a menina dos olhos do então governador Joaquim Roriz, o objetivo inicial de criar a 12ª Região Administrativa do Distrito Federal, em 1989, era abrigar famílias oriundas de invasões, um dos grandes problemas do DF à época. A cidade foi crescendo, ganhou vigor e, atualmente, abriga 232.893 habitantes, segundo última Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD) de 2018 da Codeplan.
Ao comemorar 30 anos, Samambaia é uma cidade consolidada e celebra, nesta sexta-feira (25/10), uma realidade diferente de quando tudo começou. O cerrado com poucas casas, muita poeira e infraestrutura precária foi se transformado em uma cidade urbanizada e com comércio crescente. Conhecida como a menina dos olhos do então governador Joaquim Roriz, o objetivo inicial de criar a 12ª Região Administrativa do Distrito Federal, em 1989, era abrigar famílias oriundas de invasões, um dos grandes problemas do DF à época. A cidade foi crescendo, ganhou vigor e, atualmente, abriga 232.893 habitantes, segundo última Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD) de 2018 da Codeplan.
A forma com que a água chegava às casas nos primeiros anos marcou Miriam Gonçalves, 49. Além do chafariz, a educadora lembra do caminhão-pipa que passava para abastecer as casas e escolas, além de molhar as estradas de barro. “Quando vinha o mês de agosto era só a poeira. Era uma bênção quando o carro-pipa passava jogando água na rua”, relembra. A atual vice-diretora da Escola Classe 501 iniciou a relação com a cidade quando tinha 19 anos, quando entrou na Secretaria de Educação. “Comecei na Escola Classe 419. Para conseguirmos atender toda a população, abrimos quatro turnos. Já passei por três escolas, todas aqui dentro de Samambaia”, relembra.
Washington Luiz, 56 anos, foi um dos primeiros moradores da quadra 431, no Setor Noroeste: “Quando nós chegamos aqui, ninguém queria vir. Era tudo cheio de mato e abandonado”. Com o passar dos anos, a configuração do local foi mudando. Em 2010, o agora líder comunitário se deu conta de que o espaço já não era o mesmo: “Comecei a perceber um grande crescimento de arranha-céus”. Apesar das mudanças, Washington Luiz chama a atenção para locais de Samambaia que ainda precisam de uma atenção maior. “O Setor Noroeste e a área rural possuem uma necessidade muito grande de políticas públicas. Eu vou trabalhar no setor até o fim da minha vida”, diz.
Marilene Ferreira, 48, também coleciona histórias da cidade. São 26 anos morando no local, e há 20 trabalhando em um comércio local. Ela diz que não a trocaria Samambaia por nenhuma cidade: “A realidade mudou muito desde que vim morar aqui. Mas eu sempre gostei de Samambaia. Onde eu resido, o pessoal é muito acolhedor. É um ajudando o outro, como uma família mesmo. Gosto muito daqui”.
A comerciante se mudou para a quadra 612, Samambaia Sul, quando se casou. “Os preços e aluguéis eram bem mais acessíveis, comparados aos de hoje. Inicialmente, nós morávamos em uma casa cedida e depois conseguimos comprá-la”, conta Marilene.
Memórias
“Samambaia em si tem uma história. E a quadra 501 tem uma recordação especial para mim. Foi onde eu conheci vários amigos verdadeiros e minha esposa”. A memória de anos atrás de Irapuan Marques, 49, continuam frescas. Vindo de Pernambuco, o primeiro e único local que o funcionário público morou no DF foi Samambaia. “Eu vim para ajudar meu irmão com as vendas do comércio. Na época, ganhei um lote na quadra 501, onde moro até hoje. Tenho muita história aqui com minha mulher”, comenta. “O chafariz de Samambaia era um dos nossos pontos de encontro. Hoje já temos 27 anos de casados”, comemora.
O administrador regional de Samambaia, Gustavo Aires, percebe uma relação forte dos moradores com a região e conta que tem sido um desafio atender as demandas da comunidade. “Temos uma grande missão na área de mobilidade, crescimento ordenado e segurança em Samambaia”, destaca.
Festas
Para comemorar o aniversário da região administrativa, vários eventos como desfile, shows e rodas de conversas estão previstos até o fim de outubro. Nesta sexta-feira (25/10), haverá um desfile com apresentação de 18 escolas públicas e participação do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar. Ao final, terá uma manifestação contra o feminicídio. O evento é organizado pelo Instituto Mulheres, Feminicídio Não e pela administração regional, com o intuito de fortalecer o apoio do governo com a sociedade civil para um diálogo saudável sobre o tema.
A programação musical ficará por conta do Festival Samamba Rock 2019, com 20 atrações até sábado. A atriz e produtora cultural Suene Karim traz, nesta sexta-feira (25/10), o evento Magia Negra — a Festa, com objetivo de quebrar preconceitos, apresentar a multiplicidade da cultura africana e valorizar os artistas negros para Samambaia.
O Comando de Policiamento Regional Oeste (CPRO) também fará uma ação com objetivo de aproximar a PMDF dos líderes comunitários, comerciantes e comunidade local. Toda estrutura do batalhão responsável pela área ficará disponível de 29 e 31 de outubro e 1º de novembro, das 7h às 22h para reuniões, orientações, esclarecimentos e encaminhamentos de sugestões ao órgão (confira os locais).
* Estagiária sob supervisão de José Carlos Vieira
Magia Negra — A festa
No Complexo Cultural Samambaia. Com Samba Rural do Recôncavo com Mestre Aroeira, Samba Pilado de Brabatão, DJ SA e Feira Alternativa Multiétnica. Sexta-feira, 25 de outubro, a partir das 19h30. Ingresso: R$ 5. Contato: 99293-6547 ou suenekarimproducoes@gmail.com
Programação
Samamba Rock
» Nesta sexta-feira (25/10) – Plutão Já Foi Planeta (RN), Almirante Shiva, Joe Silhueta,
Marcelo Marcelino, Penúria Zero, Venture, Intokáveis, Malice
Marcelo Marcelino, Penúria Zero, Venture, Intokáveis, Malice
» Neste sábado (26/10) – Vulcano (SP), Bastard (BA), Cara de Porco (RJ), Macakongs 2099, Mofo e Vozes da Anarquia, Human Act, Marsalla.
Local: Estacionamento da Igreja da Santa Luzia (barca), na quadra 302 de Samambaia Sul
Horário: A partir das 18h
Entrada: 1kg de alimento não perecível
Indicação: 18 anos