A mortalidade por câncer de mama no Brasil é baixa, porém desigual. A constatação é do Instituto Nacional do Câncer, que divulgou novos dados sobre a doença no país nesta segunda-feira (7).
Segundo os pesquisadores o diagnóstico precoce ainda está restrito às regiões mais ricas do país. Na região Norte, por exemplo, somente 12,7% das mulheres descobrem o problema no início. No Sudeste, esse percentual é de quase 31%.
A chefe da Divisão de Pesquisa Populacional do Instituto Nacional do Cancêr, Liz Almeida, afirma que o nível de escolaridade também é preponderante na prevenção da doença.
“Essa discrepância ela é maior na região Norte, porque a gente não chega nem a 30% de realização do exame mamográfico nos últimos 2 anos entre as pessoas que tem menor escolaridade. Desigualdade no país a gente não pode deixar passar. Temos que dar uma atenção diferenciada para a Região Norte.”
Apesar de afetar as mais pobres, menos mulheres morrem de câncer de mama no Brasil em relação a outros países. Segundo dados do Inca, a taxa é de 13 por 100 mil habitantes, ao lado de países desenvolvidos como Estados Unidos, Canadá e Austrália.
Por outro lado, o Brasil figura também na segunda faixa mais alta de incidência da doença, com 63 casos por 100 mil habitantes.
Liz Almeida destaca que o Brasil não está na situação ideal, mas o sistema de saúde vem respondendo a todo esforço feito em termos de organização. “Nós estamos com um aumento no número de casos novos por ano no país, mas nós estamos salvando vidas.”
A campanha Outubro Rosa irá destacar os três pilares estratégicos de controle da doença: prevenção primária, diagnóstico precoce e a importância da mamografia. Neste ano, a divulgação não será feita apenas no mês de outubro, mas sim ao longo do ano inteiro.
Para 2019 são estimados 59.700 diagnósticos de câncer de mama, com risco estimado de 56 casos a cada 100 mil mulheres.