Até 14 de abril, CCBB exibe 20 longas e 6 curtas metragens. Meia-entrada custa R$ 5.
Considerada a “primeira-dama do cinema tcheco”, a diretora Věra Chytilová é homenageada com uma mostra que exibe 20 longas-metragens e seis curtas da trajetória da cineasta no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Os filmes vão ficar em cartaz até 14 de abril.
A curadoria é da montadora Rosa Monteiro, que selecionou produções de ficção e não-ficção, digital e em película. A meia-entrada custa R$ 5 – valor inclui todas as mulheres, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher.
Quem foi Věra Chytilová
Vera Chytilová em foto de 2 de fevereiro de 2009 — Foto: AP/CTK, Rene Volfik
Věra Chytilová iniciou a carreira quando a Tchecoslováquia ainda estava sob o domínio da União Soviética. Nesse contexto, a atmosfera política foi um dos fatores de maior influência no trabalho cinematográfico.
Em 1966, tornou-se mundialmente conhecida com a estreia de “Pequenas margaridas”, com personagens simpáticos e ausência de uma narrativa contínua. O filme fazia críticas severas ao regime comunista, trazendo marcas que Věra utilizaria em grande parte da carreia a partir dali.
Cena do filme “Pequenas margaridas” (1966), da cineasta tcheca Věra Chytilová — Foto: Divulgação
Após o filme, a censura do governo tornou quase impossível o trabalho criativo e crítico na Tchecoslováquia. Mesmo assim, a cineasta seguiu desafiando a realidade e lançou “Fruto do paraíso” em 1969. Em paralelo, Věra dirigia comerciais usando o nome do marido, Jaroslav Kučera.
Cena do filme “Fruto do paraíso” (1969), da cineasta tcheca Věra Chytilová — Foto: Divulgação
A carreira dela prossegue com intensa produção até os anos 2000. Nesse período, os filmes assumem tom menos audacioso, mas sem perder as características subversivas e os elementos de paródia com a vida real.
Um exemplo é “Trap, trap, little trap”, de 1998, que faz uma sátira ao comportamento misógino das agências de publicidade tchecas, ao mesmo tempo em que lida com temas densos, como estupro e violência.