Bafômetro acusou 0,865 mg de álcool por litro de sangue da estudante de Brasília que matou ciclista no domingo. Mínimo considerado crime é 0,34 mg.
estudante de 20 anos que matou um ciclista atropelado no Lago Norte, em Brasília, na manhã de domingo (23) estava com teor alcoólico no sangue 154% acima do que é considerado crime. Segundo o Departamento de Estradas e Rodagens (DER), que fez o teste do bafômetro, a motorista estava com 0,865 mg por litro de sangue. O mínimo para ser caracterizado como embriaguez é 0,34 mg por litro.
O DER informou que “apesar dos olhos avermelhados e o hálito de bebida”, a motorista negou que tivesse ingerido bebidas alcoólicas. Após o resultado do teste, ela foi presa em flagrante e autuada por embriaguez ao volante e homicídio culposo – quando não há intenção de matar.
Ela deve, ainda, pagar R$ 2 mil em multa e perder a carteira de motorista. O advogado Caio Leite afirmou que “não houve intenção de matar” e que a motorista “pretendia dormir na casa da amiga, onde deixou o carro, mas achou que estava bem para dirigir”.
A motorista ficará presa até que a defesa consiga um habeas corpus ou caso a Justiça ofereça a possibilidade de fiança. Segundo a Polícia Civil, a gravidade do crime pode levar a até quatro anos de prisão.
Depois de prestar depoimentos na 9ª DP, a mulher foi encaminhada ao IML para exame de corpo de delito. O carro e a bicicleta foram apreendidos pela Polícia Civil para perícia.
Entenda o caso
O acidente ocorreu na QI 7 do Lago Norte por volta das 10h, quando a estudante voltava de uma festa. O ciclista, Edson Antonelli, que tinha 60 anos, teve uma parada cardiorespiratória. Segundo o Corpo de Bombeiros, os militares tentaram reanimá-lo por 30 minutos, sem sucesso. A motorista também foi atendida após desmaiar.
Em depoimento à Polícia Civil, a mulher disse que, quando saiu da festa, chamou um carro para ir até a casa de uma amiga, na QI 12 do mesmo bairro, onde havia deixado o carro. No caminho da própria casa – a cerca de 20 quilômetros de distância – ela teria dormido ao voltante e só acordado com o barulho da pancada.
No boletim, ela afirma que estava na velocidade da via, de 70km/h, mas que “não se recorda” do que aconteceu. Após o acidente, “desceu do carro e tentou socorrer a vítima e também pediu ajuda para pessoas próximas”.
Acidentes por embriaguez
De acordo com o Detran, esta é a 9ª morte por atropelamento a ciclistas no Distrito Federal desde janeiro. No ano passado, foram 19 casos. Os registros de embriaguez no volante também são expressivos.
Somente no feriado do aniversário de Brasília e de Tiradentes, entre os dias 21 e 23 de abril, o Detran flagrou pelo menos um motorista dirigindo sob efeito de álcool por hora. No balanço dos três dias, foram 127 multas por embriaguez no DF.
Quatro pessoas acabaram presas por apresentarem índice de 0,34 miligramas de alcóol por litro no bafômetro. O órgão também apreendeu 125 carros e 23 motoristas pegos sem carteira de habilitação.
Segundo o supervisor do Detran Janilson Correia, ingerir bebida alcoólica e dirigir pode ter diversas consequências. “Isso aí pode provocar sonolência, provocar um deslocamento, e acabar ocasionando um acidente, chegando aí a vítimas fatais”, afirmou.