Câmara aprovou requerimento para discutir mudança no transporte escolar.
Para motoristas, Congresso quer privilegiar empresas de micro-ônibus.
Motoristas de vans escolares fizeram um protesto na manhã desta sexta-feira (17) no estacionamento do Estádio Nacional, em Brasília, contra uma eventual proposta de padronização de veículos de transporte de estudantes. Os motoristas temem que as mudanças em discussão os obriguem a trocar as vans por micro-ônibus, mais caros e menos “práticos” nas cidades.
Os motoristas dizem que o deputado Hugo Leal (PROS-RJ) aprovou requerimento para tratar da padronização dos veículos escolares urbanos em audiência pública, realizada em maio.
A assessoria do deputado nega que o requerimento seja de autoria do parlamentar, mas informou que a proposta não pretende impor nenhum tipo de veículo, e sim defender medidas para aumentar a segurança no transporte. No sistema da Câmara dos Deputados, porém, Hugo Leal aparece como autor do requerimento da comissão.
Para o vice-presidente da Cootetur, Paulo Braga, a medida pretende beneficiar montadoras de micro-ônibus. Segundo ele, uma van custa R$ 120 mil, enquanto o preço de um micro-ônibus chega a R$ 280 mil.
“Muitos de nós pagaram muito caro nas vans, e agora querem colocar micro-ônibus, que não conseguem fazer manobra dentro de condomínios e ruas estreitas”, afirmou Braga. Ele disse que vans são tão seguras quanto ônibus e que não existe um estudo apontando os índices de acidente de transporte escolar com criança no Brasil.
Permissões
A presidente da Cootetur, Eudenice Nascimento, afirmou que o protesto também defende a liberação de permissões para motoristas escolares por parte do GDF. Segundo Eudenice, só existem 1.980 autorizações para rodar. “Isso faz com que 300 motoristas rodem sem permissão, sujeitos a multas que chegam a até R$ 2,3 mil.”
O Detran informou que há 1.415 veículos de transporte escolar autorizados pelo DF. Sobre a ampliação de concessões, o órgão disse que existe um grupo de trabalho coordenado pela Secretaria de Mobilidade discutindo o tema. O que for acordado será encaminhado como proposta de lei à Câmara Legislativa do DF.