A 2ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público do Distrito Federal instaurou inquérito para apurar as denúncias sobre cobrança de passagens de ônibus e bilhetes aéreos para pessoas ligadas ao PPL, partido presidido no DF pelo diretor-geral do DFTrans, Marco Antonio Campanella, de empresas concessionários do transporte público da capital federal.
“A chefia de gabinete sempre centralizou os pedidos que vêm de sindicatos, igrejas e entidades. A gente centraliza e envia para as empresas, mas nunca para as concessionárias”, afirmou Campanella. Ele disse que “nenhuma passagem era para atender interesses individuais”. “Se são filiados do PPL, é mera coicidência”, afimou.
Notas fiscais e e-mails mostram que os pedidos eram feitos por Vitor de Abreu Corrêa, ex-chefe de gabinete de Campanella, que depois se tornou secretário-adjunto de Micro e Pequena Empresa do DF. A prática teve início em 2011 e continuou na gestão de Daniel de Abreu Corrêa, irmão de Vítor, que assumiu a chefia de gabinete em 26 de janeiro de 2012. Daniel Corrêa foi exonerado no último dia 16.
Corrêa deixou o cargo de secretário na semana passada. A saída dele foi publicada no Diário Oficial do DF na sexta-feira (1º), dois dias após a denúncia.
“Eu achei melhor sair para poder me defender desse processo, do processo de sindicância, e porque vou provar a inocência. Foram feitos somente encaminhamentos de pedidos da sociedade civil, que foram atendidos e a sindicância vai provar que não houve benefício nesse caso do Grupo Amaral”, afirmou Corrêa.
O pedido junto ao Ministério Público foi feito pelo empresário Dalmo Amaral, dono das viações de ônibus do grupo Amaral. Segundo o filho dele e administrador das empresas do grupo, o ex-senador Valmir Amaral (PP), a denúncia foi feita há cerca de um mês.
“A diretora Carol [Carolina Pereira, diretora de quatro empresas do Grupo Amaral – Rápido Girassol, Jat Taxi Aéreo, Esave Collection e Esave Mídia] achou os e-mails pedindo as passagens. Imediatamente ela me chamou. Eu sentei de frente com o meu pai e mandei meu pai fazer a denúncia imediatamente. A denúncia é gravíssima”, afirma Valmir Amaral.
O DFTrans é responsável por fiscalizar e regular o transporte público no DF. A prática de pedir passagens teve início em 2011 e continuou na gestão de Daniel de Abreu Corrêa, irmão de Vítor, que assumiu a chefia de gabinete em 26 de janeiro de 2012. Daniel Corrêa foi exonerado no último dia 16.