Conselho dos Direitos Humanos visitou escolas do Plano Piloto e Cruzeiro, que desde fevereiro passaram a funcionar em tempo integral. Secretaria de Educação afirma que sistema está em avaliação e acompanhamento.
Depois de visitar sete escolas no Plano Piloto e Cruzeiro, o Conselho Distrital de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, CDPDDH, constatou que as escolas integrais , prometidas pelo GDF, estão funcionando com pouco planejamento e de forma improvisada nesses primeiros seis meses do projeto. As conclusões constarão de um relatório que o conselho deve apresentar em uma audiência pública.
Ainda de acordo com os integrantes do CDPDDH, serão realizadas mais diligências em escolas. Até o momento eles já constataram falhas como alimentação com excesso de carboidratos e poucos legumes e verduras, falta de espaço para descanso e queda no rendimento escolar, entre outros problemas.
“Essas crianças passam dez horas por dia nas escolas, elas precisam de uma estrutura e alimentação adequada”, afirma Michel Platini, presidente do conselho.
As visitas e muitos dos ajustes solicitados pelo CDPDDH fazem parte do compromisso firmado entre o GDF e o Tribunal de Contas do DF no começo do ano letivo para aprovação desse novo modelo de educação integral.
“Reconhecemos que a sociedade tem uma demanda grande pela escola integral, mas essa implantação precisa ser melhor programada”, diz Platini. O Conselho irá ainda convocar a Secretaria de Educação para prestar esclarecimentos em uma audiência pública que será marcada nos próximos dias.
Apenas uma escola visitada apresentou cardápio com opção para intolerância alimentar, no restante o cardápio é muito restrito, afirma o presidente do CDPDDH.
“Tem escola oferecendo achocolatado com bolacha três vezes por dia para os alunos.”
Além disso, para os 6 mil alunos que perderam a opção de estudar nas Escolas Parque um dia na semana, a oferta de atividades artísticas e esportivas prometida nas Escolas Classe também não chegou com eficácia.
Segundo Flávia Cheveux Courts, na escola da filha dela, na 306 Norte, existe uma preocupação da equipe com essa questão. “Até reconheço o esforço dos gestores da escola da minha filha em tentar resolver o problema de espaço. Mas não existem professores especializados e preparados como na Escola Parque” afirma.
Para a Secretaria de Educação o modelo está caminhando para melhor atendimento. “Estamos em processo de avaliação. Sabemos da necessidade de ampliação nos refeitórios e capacitação constante dos profissionais”, afirmou a representante da Coordenação Regional de Ensino do Plano Piloto Ana Lucia Moura.
Uma das metas é ampliar a educação integral, para cobrir a necessidade de todos os alunos do DF. “Todos os ajustes estão sendo feitos ao longo do semestre letivo. Sabemos que é um processo de acompanhamento e melhoria constante”, diz Ana Lucia.