Em reunião na CLDF na terça (25), os secretários de Fazenda e de Planejamento repetiram que o GDF não tem como reajustar os salários dos servidores
O GDF jogou um banho de água fria nas pretensões dos policiais civis, que reivindicam reajuste salarial. Segundo o secretário-adjunto de Fazenda, Wilson José de Paula, o governo local só deve ter condições de retomar as negociações com a categoria a partir de fevereiro de 2017. Ainda assim, não há garantia de que o pleito será atendido.
A afirmação do secretário foi feita em encontro com distritais na terça-feira (25/10), na Câmara Legislativa, durante reunião de líderes. A secretária de Planejamento, Leany Lemos, também participou. O assunto entrou em pauta quando se discutia o uso de recursos do Fundo Constitucional.
O deputado Wasny de Roure (PT) perguntou aos representantes do Buriti sobre a gestão do Fundo Constitucional e, no assunto, entrou em pauta a reivindicação dos policiais civis. Como resposta, Wilson de Paula afirmou que hoje é impossível atender à demanda, e o Executivo só deve voltar a se sentar na mesa de negociações em fevereiro do ano que vem.
O secretário de Fazenda disse aos distritais que o caixa do GDF não permite a implantação do reajuste exigido pela categoria, e que “seria irresponsável” autorizar o aumento de 37% aos policiais civis — o mesmo que a União autorizou para a Polícia Federal —, pois o governo não teria como pagá-lo.
Segundo deputados e servidores que acompanharam a reunião a portas fechadas, a notícia fez o clima esquentar no encontro. Wellington Luiz (PMDB) acusou a gestão Rollemberg de “não ter capacidade de planejamento”, e os secretários repetiram que não há recursos em caixa.
Fora do parlamento, também houve efeitos negativos. O presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), Rodrigo Franco, contestou a alegação de que o GDF está sem verba.
“Os recursos do Fundo Constitucional — que pagam as forças de segurança do DF — serão aumentados no ano que vem, e passarão dos R$ 12 bilhões de 2016 para R$ 13 bilhões em 2017. Dinheiro de sobra para pagar o reajuste. O que está havendo é o uso desses recursos para outras finalidades, somado à falta de vontade política do governador em resolver a situação”, reclamou o sindicalista. Até a última atualização desta matéria, o GDF não havia se manifestado oficialmente sobre o encontro com os distritais.
Insatisfação
O impasse entre policiais civis e o Palácio do Buriti começou em julho deste ano, quando a categoria, por falta de negociação com o governo, anunciou medidas para pressionar o Executivo. Desde então, os servidores têm feito paralisações e protestos, além de reduzir serviços, como o atendimento nas delegacias. Além do reajuste salarial, a categoria reclama do efetivo. Hoje, são cerca de 4,5 mil policiais. O Sinpol afirma que o déficit atual é de 50%.