Eles o chamam de solução de compatibilidade, não de navegador
A Microsoft começou a enterrar o Internet Explorer de forma definitiva quando lançou o Windows 10 em 2015, privilegiando o seu sucessor, o Edge. No entanto, o browser ainda existe dentro do sistema operacional, mas a empresa sequer o atualiza ou recomenda chamar o software de “navegador”, deixando muito claro “os perigos de usar o Internet Explorer como seu navegador padrão”, como aponta Chris Jackson, expert em segurança da divisão de Windows na Microsoft.
Enquanto a maioria dos consumidores preferem usar o Chrome, Firefox ou Edge, várias empresas ainda dependem do Internet Explorer por causa de aplicativos antigos desatualizados. A Microsoft tentou de várias maneiras fazer com que as corporações atualizassem seus apps, mas os administradores de TI preferiram a comodidade: usar o (ex) navegador e suas várias versões ao longo dos anos. No Windows 10, o Internet Explorer 11 usa o Modo Empreendimento, então os profissionais de TI tiveram que adicionar os sites com padrões antigos.
“Internet Explorer é uma solução de compatibilidade,” alertou Jackson, e não um navegador que as empresas deveriam estar usando diariamente para toda a navegação. “Nós não estamos trazendo as inovações para navegação disponíveis para ele, enquanto muitos sites funcionam bem, desenvolvedores não estão criando nada para o Internet Explorer, de fato. Eles estão fazendo testes para navegadores modernos.”
O anúncio de Jackson é apropriado, mas o Edge não tem sido bom o suficiente até o momento. A Microsoft o entrega acoplado ao Windows 10 há quase quatro anos, mas não entrega uma experiência atraente para consumidores e negócios. A restrição a extensões, muito populares em seus concorrentes, por exemplo, impedem que o browser ganhe popularidade. A impossibilidade de instalá-lo em versões antigas do Windows, como a 7 e a 8, também dificultam sua popularização, já que muitas empresas e usuários ainda não utilizam o Windows 10.
Agora, a gigante dos softwares está trabalhando uma versão do Edge que usa a mesma base do Chrome, o que pode trazer mais familiaridade para quem está acostumado com o navegador do Google. Ela estará disponível para teste nas próximas semanas. E o melhor: dissociada do Windows 10, poderá ser instalada no Windows 7 ou 8. Seria uma boa para incentivar as empresas a finalmente abandonar o Internet Explorer, ainda que leve muito tempo para acabar com todo o legado de apps antigos.