Levantamento foi divulgado em lembrança ao Dia Mundial Sem Tabaco. Uso do cigarro aumenta riscos de AVC e mata 2 mil por ano na capital.
O número de fumantes no Distrito Federal caiu 40% em oito anos, segundo dados da Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Os dados consideram o período entre 2006 e 2014 e foram divulgados em lembrança ao Dia Mundial Sem Tabaco, comemorado nesta terça-feira (31). A estimativa é que atualmente o índice corresponda a cerca de 10% da população, ou seja, quase 300 mil pessoas.
No DF, 2 mil pessoas morrem por ano por doenças provocadas pelo uso do cigarro. Especialistas afirmam que fumar é um dos principais fatores de risco para o acidente vascular cerebral, conhecido como “derrame” – doença que mais causa mortes no Brasil. O risco é duas vezes maior do que o de pessoas que não fumaram.
“O tabagismo é um fator de risco independente tanto para o AVC isquêmico como também para o AVC hemorrágico. O paciente que cessa o tabagismo automaticamente já reduz os seus fatores de risco cardiovasculares”, explica a neurologista do Hospital Brasília.
Pesquisa divulgada durante o Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia apontou que os pacientes que voltam a fumar depois de um AVC aumentam o risco de morte em até três vezes. Para conscientizar a população a respeito do tema, o Programa de Controle do Tabagismo promove nesta quarta-feira (1º) uma exposição com conhecimentos científicos sobre tabagismo, tratamento e políticas públicas de controle do consumo.
O evento acontece no plenário da Câmara Legislativa. Um dos principais assuntos que será apresentado no evento foi definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como tema de trabalho internacional para desenvolvimento em 2016: embalagens padronizadas de tabaco. A ideia é uniformizar os maços de cigarro e produtos similares, que passariam a ser iguais, seguindo um padrão definido pelo governo – medida já adotada por outros países.
“A adoção de embalagens padronizadas é uma atitude importante para a redução da demanda pelo consumo de tabaco, principalmente pela diminuição da atratividade e do apelo dos produtos de tabaco para os consumidores, particularmente os jovens”, informou o programa em nota.
Atualmente, a Secretaria de Saúde conta com 94 unidades de saúde com equipes capacitadas para realizar o tratamento de tabagismo e 74 empresas habilitadas a oferecer diretamente o tratamento para os empregados. Entre os anos de 2011 a 2014 as unidades de tratamento atenderam 20.385 fumantes, sendo que 13.177 pararam de fumar na quarta sessão, a última do esquema terapêutico.