Empresa pôs um trem a mais em circulação no terceiro dia de paralisação.
Categoria pede reajuste; TRT faz audiência de conciliação nesta quarta.
A greve de motoristas e cobradores de ônibus do Distrito Federal provocou aumento de 30% no número de passageiros do Metrô. No terceiro dia de paralisação, estações em Samambaia e Taguatinga tinham mais de uma fila e todas se estendiam para o lado externo dos prédios. A empresa colocou 25 trens em circulação – um a mais do que a capacidade máxima do sistema. Em dias normais, o serviço transporta 160 mil passageiros.
Os rodoviários pedem 20% de reajuste salarial e 30% no tíquete refeição e plano de saúde familiar. As empresas oferecem 8,34% de reajuste nos salários com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Para esta quarta está prevista uma audiência de conciliação entre o sindicato da categoria e as empresas. A reunião ocorre às 10h no Tribunal Regional do Trabalho.
Nesta terça (9), as empresas de ônibus protocolaram no TRT um pedido de dissídio da greve dos rodoviários, iniciada na segunda (8). O dissídio acontece quando duas partes não chegam a um acordo sobre uma reivindicação salarial ou outras questões trabalhistas.
A paralisação afeta 1 milhão de passageiros em todas as regiões do DF. O sistema de transporte da capital conta com 12 mil rodoviários. O TRT havia determinado que 70% dos ônibus circulassem em horário de pico e 50% no entrepico, mas a ordem não foi cumprida no primeiro dia de greve.
A greve é contrária à indicação do sindicato da categoria, que pediu aos rodoviários que cumprissem a decisão provisória do TRT. A multa diária por descumprimento da decisão é de R$ 100 mil. Os horários de pico vão de 5h às 9h30, das 11h às 13h e das 15h às 19h30.
Nesta segunda (8), o vice-presidente do sindicato dos rodoviários, Jorge Farias, afirmou que iria cumprir a determinação da Justiça e que iria recorrer da decisão para tentar cassar a liminar. O salário de um motorista de ônibus é R$ 1.928 e o de um cobrador, R$ 1.008. As negociações com as empresas começaram em abril.
A última paralisação com grande adesão feita pela categoria ocorreu no dia 27 de maio, entre 11h e 15h. Os rodoviários afirmam aceitar renegociar o valor pretendido de reajuste, desde que o governo participe da discussão. O secretário de Mobilidade, Carlos Tomé, afirmou que a postura do Executivo tem sido a de acompanhar as negociações entre a categoria e as empresas.
“Ao contrário de outras categorias, os rodoviários não são funcionários do GDF. Entendemos desde o início das negociações que esse é um debate que precisa ser feito entre patrões e empregados. […] O GDF tem se mantido em uma posição de neutralidade nessas negociações justamente por entender isso”, declarou.