Avós se classificam como ‘radicais’ e ‘tecnológicas’; Dona Janett, 84 anos, atualiza caderno de receitas pela web. Rúbia, 63, vai competir no Ironman; Lucimar diz ser ‘inspiração’ para neto de 6 anos.
ais conectadas, produtivas e dispostas a encarar novos desafios, a atual de geração de avós do Distrito Federal está provando que ter netos não tem nada a ver com ser velha.
Nesta quarta-feira (26), quando se comemora o Dia dos Avós, três mulheres de 84, 63 e 54 anos contaram como deixaram para trás o estereótipo da velhice – expresso em adjetivos como “desatualizada” ou “sem planos”.
Conheça, abaixo, um pouquinho da história de cada uma delas:
Vovó de ferro
Rúbia Santos, 63 anos, é um exemplo. A policial federal aposentada concilia os cuidados com os netos, de 6 e 18 anos, com a rotina de treinos. Rúbia é triatleta e treina sete dias por semana, sem folga ou desculpa.
A “avó radical” nada, corre, pedala, e no próximo mês vai participar de uma das maiores competições de triatlo de longa distância do mundo: o Circuito Mundial Ironman, nos Estados Unidos.
Ao G1, Rúbia disse que a rotina é intensa. A motivação vem do fato de ser a única brasileira classificada para etapa mundial na categoria de 59 a 64 anos.
“Serão 1,9 mil metros nadando, 90km pedalando e 21km correndo. Pretendo concluir a prova em até 6 horas e 20 minutos.”
Rúbia diz ser o “orgulho dos netos” e, com a prática de esporte, pretende inspirar outros avós a terem a mesma disposição.
“Eles vibram muito comigo. Dizem que sou exemplo para as pessoas da minha idade. Gostaria que todas as vovós também fizessem um pouco de atividade física para termos uma qualidade de vida e humor melhor.”
Xô, rotina
Uma outra avó nada convencional do DF é a dona de casa Lucimar Lima, de 54 anos. Moradora do Guará e avó de duas meninas, de 6 e 7 anos, ela conta que já trabalhou como digitadora no serviço público e, após a morte do marido, decidiu deixar de lado a rotina dividida entre o bordado e os trabalhos na igreja.
“Chegou uma hora em que pensei que teriam mais coisas que eu mesma poderia fazer por mim. Tive a iniciativa de ir em busca e hoje isso é prazeroso.”
Orgulhosa de si mesma, Lucimar coleciona experiências vividas após se tornar avó. A lista inclui a trilha de 100 km que percorreu no Espírito Santo, as saídas com os amigos para pescar e o presente de Dia das Mães que recebeu do filho: o convite para um salto de paraquedas.
“Daí pra cá já saltei mais duas vezes. Me senti sendo inspiração para minhas netas. Elas me acham o máximo e dizem que querem ser igual à vovó.”
Quando pensa sobre os planos futuros, Lucimar diz que não pretende parar. Na lista de desejos está um mergulho em mar aberto.
“Tem que ter determinação, empolgação e força de vontade, mas esses são meus pontos fortes. Isso tudo alimenta o coração.”
‘High tech’ aos 84
Os cadernos de receita da dona Janett Silva, de 84 anos, estão ganhando uma nova versão. A vovó, moradora do Guará, aderiu à tecnologia para procurar novas receitas e inovar em casa.
Ela, que também cuida de uma bisneta, usa diariamente um tablet, celular e notebook para se manter “atualizada”.
“Pego várias receitas na internet e anoto no meu caderninho. Mas só receita rápida, não gosto de receitas com muitos condimentos, não”, brinca.
Dona Janett conta que já fez curso de informática básica, usa a internet para se comunicar, fazer ligações, adora ler sites de notícias e também é adepta das redes sociais “desde a época do Orkut”.
“Acho importante para me comunicar e matar a saudade dos amigos e da família no Rio de Janeiro. Converso com umas 15 pessoas no WhatsApp e tenho mais de 20 amigos no Facebook.”
Fonte: G1