O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta segunda-feira (10) que o Brasil tem condições de oferecer o número necessário de leitos de UTI caso a variante Ômicron da Covid-19 leve a um aumento das internações. “No pior cenário nós temos a capacidade de duplicar os leitos de terapia intensiva, se esse for o caso”, disse.
Segundo Queiroga, antes da pandemia o país tinha 23 mil leitos de UTI disponíveis. No período de maior número de internações, esse número subiu para 43 mil.
“Ao longo no ano de 2021, sobretudo nos últimos seis meses, houve uma queda dos óbitos, importante, da ordem de 90%, naturalmente houve uma menor necessidade de leitos em UTI, e os próprios estados e municípios pediram a sua desabilitação”, afirmou o ministro.
Queiroga também disse que o Brasil tem estoque de insumos para os kits de intubação para abastecer estados e municípios com a capacidade máxima de consumo, registrada no pico da pandemia, caso seja necessário. “É necessário que os municípios e os estados nos informem, ou nós todos juntos, para garantir que não falte nenhum insumo estratégico, como é o caso do oxigênio, como é o caso do chamado kit de intubação orotraqueal.”
O ministro afirmou que o cenário da pandemia ainda é de incerteza, mas que a pasta tem a expectativa de que ocorra no Brasil algo semelhante ao que tem sido visto em países como Espanha, Reino Unido e França.
“Nós temos a esperança que não haja uma explosão de internações hospitalares, e também um aumento proporcional óbitos, porque a nossa população está fortemente vacinada”, disse. “Mas temos que esperar a evolução da pandemia para ter uma posição mais definitiva sobre o tema.”
Marcelo Queiroga afirmou que uma reunião deve ocorrer nesta segunda-feira para definir se o tempo de isolamento dos pacientes com a variante Ômicron será reduzido de 10 para 5 dias. Hoje teremos uma definição acerca da questão da quarentena, daqueles que contraem, por exemplo, a variante Ômicron, para encurtar esse período. A Secretaria de Vigilância e Saúde deve se reunir com o Conass [Conselho Nacional de Secretários de Saúde] e o Conasems [Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde] para a gente bater a posição final.”
O ministro chegou a dizer que um encontro com os chefes da Secovid (Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19) e da Secretaria de Vigilância Sanitária ocorreria na última sexta-feira (7) para tratar sobre o caso. “Se eu não me engano, o CDC [Centros de Controle e Prevenção de Doenças, dos Estados Unidos] já deu essa recomendação. O governo francês está, inclusive, autorizando profissionais de saúde que estão positivos a atender na linha de frente, por conta do número de casos. Então, isso está sendo analisado”, disse Queiroga na ocasião.
Na manhã desta segunda, o ministro também falou sobre a nova recomendação da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária), que autoriza a entrada no país de pessoas vindas de seis nações africanas, continente onde foram registrados os primeiros casos da variante Ômicron. As restrições foram impostas a passageiros da África do Sul, Botsuana, Essuatíni, Lesoto, Namíbia e Zimbábue. Pela nova decisão, o ingresso no Brasil fica permitido desde que sejam atendidas as diretrizes definidas para os demais viajantes de procedência internacional.
“A Agência de Vigilância Sanitária encaminhou uma sugestão de flexibilizar a restrição entre os cidadãos da África, dos países que estavam vedados em função da variante Ômicron. O gabinete que trata desse assunto, composto pela Casa Civil da Presidência da República, a Justiça e a Saúde, deve analisar essa questão”, declarou.
Fonte : R7