Cientistas da Universidade Stanford (EUA) criaram um novo mecanismo que transforma a diferença de temperatura entre o céu noturno e o planeta Terra em energia elétrica. O artigo anunciando a invenção foi publicado ontem (12), no periódico científico Joule.
O protótipo, que tem como diferencial funcionar durante o período noturno — diferentemente de painéis solares, por exemplo — usa um aparelho termoelétrico para criar uma corrente entre duas faces de um material condutor. Enquanto um dos lados do gerador, virado para o céu, fica amarrado a uma placa de alumínio para se manter frio, a parte de baixo fica exposta ao ar ambiente. Com o passar da noite, a placa de cima fica alguns graus mais gelada do que a inferior, criando uma distinção de temperatura que ajuda a formar a corrente elétrica e gerar energia.
Por enquanto, o projeto é incipiente: a luz coletada pela nova tecnologia é suficiente para abastecer apenas uma pequena lâmpada de LED por metro quadrado. Contudo, o plano é que, no futuro, uma versão maior do gerador possa ser aplicada até mesmo na iluminação de quartos ou na recarga de aparelhos eletrônicos.
Outro possível uso para o produto pode estar escondido nas regiões mais obscuras do globo terrestre. Em áreas polares, que passam por meses de escuridão todos os anos, um mecanismo que transforme escuridão em eletricidade pode se provar extremamente útil para sensores e máquinas utilizadas em estações de pesquisa.