A mais nova versão do sistema operacional do Google, chamada de Android M, promete ser “mais inteligente no gerenciamento de energia” e “dobrar a eficiência” da bateria. O anúncio foi feito pelo diretor de engenharia do Google, Dave Burke, durante a conferência Google I/O, realizada nesta quinta-feira (29) em San Francisco (EUA).
Não foi divulgado, no entanto, qual é o significado do “M” –que tradicionalmente é o nome de um doce–, tampouco a data do lançamento da novidade. Mas o preview do novo Android será liberado para desenvolvedores nesta quinta-feira (28) para Nexus 5, 6 e 9.
A eficiência do gerenciamento da bateria, segundo Burke, é garantida pela tecnologia chamada de “Doze”, que funciona como um sensor de movimento. Ou seja, toda vez que o dispositivo não está em movimento, os aplicativos param de consumir e poupam a bateria no modo stand-by. “Nos testes com o Doze a bateria durou duas vezes mais.”
Além disso, com o Android M, a Google tira o controle de segurança da mão dos desenvolvedores e passa para o usuário, que poderá personalizar o tipo de permissão para cada aplicativo. Até o acesso às funções mais recorrentes –como localização, câmera e contatos– só serão liberadas mediante autorização prévia. Será possível, inclusive, permitir o acesso à câmera, por exemplo, mas não aos contatos.
Na atual versão do sistema operacional, o Android Lollipop, o usuário recebe uma lista de todos os recursos que o app vai ter acesso e, se quiser instalá-lo, a única opção é aceitar a imposição.
No evento, a gigante chegou a usar o WhatsApp –app do concorrente Facebook– para exemplificar as mudanças do Android M. A permissão para o uso do microfone, por exemplo, só será pedida quando o usuário tentar usar a mensagem de voz pela primeira vez. “Você não vai se incomodar com as permissões ao instalar o app. As solicitações de permissão serão feitas por meio de pop-up à medida que os recursos forem utilizados”, explicou Burke.
A nova versão do sistema operacional da Google terá ainda um sistema próprio de pagamentos, chamado Android Pay. Segundo a empresa, o produto não vai exigir autenticação. Mas a plataforma contará com suporte de biometria, ou seja, a operação só será liberada ao reconhecer que de fato aquele é seu dedo.
Outra novidade do Android M será o suporte ao USB tipo C, que não tem lado certo para ser encaixado e permite usar o celular para carregar outros dispositivos. O recurso também permite que os dispositivos sejam carregados até quatro vezes mais rapidamente.
O Android também vai ganhar as Chrome Custom Tabs, que permitirá que os dispositivos passem a contar com as facilidades do Chrome –como suas senhas salvas, sugestões de autocompletar e segurança de multiprocessos.
Android Wear: novas formas de interagir com relógio
A empresa apresentou novidades para sistema Android Wear, utilizado em dispositivos vestíveis, como relógios inteligentes.
A próxima versão, por exemplo, permitirá navegar pelas notificações movendo o pulso, manterá aplicativos abertos durante o uso (a função é útil, por exemplo, ao consultar uma lista de supermercados – antes, a tela do aparelho apagava automaticamente) e ainda possibilitará o envio de emojis. Nessa última função, o usuário fará um desenho e o sistema sugerirá qual imagem ele deseja usar.
Com as novas APIs (Interface de Programação de Aplicativos) do Android Wear, desenvolvedores poderão usar os sensores dos relógios para ajudar a melhorar a tacada do golfe. Outro exemplo citado é o do aplicativo Shazam. A versão para relógio do programa conseguirá descobrir uma música pelo microfone do relógio.
A empresa já contabiliza 4.000 aplicativos feitos para dispositivos com sistema Android Wear. Durante o anúncio, não foram dados detalhes de quando será disponibilizado ao público.