A dor de garganta pode ter origem infecciosa ou não infecciosa. No segundo caso, uso excessivo da voz, irritação a ar seco e fumaça, alergias, refluxo e até câncer podem estar por trás desse sintoma. E a provocada por vírus e bactérias, como dá as caras? Confira abaixo:
1) Vilões em cena
A infecção viral, diga-se, é 20 vezes mais comum do que a bacteriana. A porta de entrada para os inimigos são as vias aéreas, e o contágio pode ocorrer tanto pelo ar quanto pelo contato das mãos contaminadas com o nariz.
2) Confusão armada
Os vírus ou bactérias infectam células e se multiplicam na área da garganta. O sistema imune reage, desatando uma inflamação. Se o agente for um vírus, o contra-ataque do organismo acontece em toda a região. Quando a causa é uma bactéria, a batalha tende a se concentrar nas amígdalas.
3) Incômoda consequência
A ofensiva viral e a reação inflamatória despertada por ela afetam toda a mucosa da garganta, gerando vermelhidão, coceira, inchaço e dor. Na bacteriana, as amígdalas ficam inchadas e podem sediar uma placa esbranquiçada, o pus. A febre pode dar as caras em ambos os casos.
4) Perigos em outros cantos
A dor de garganta viral dura cerca de uma semana — o tempo que a infecção demora para acabar naturalmente. Já a bacteriana pode se acentuar e exige o uso de antibiótico. Se não for tratada direito, abre brecha para outras ameaças: a bactéria migra para o sangue e eleva o risco de problemas até no coração.
5) Dá para prevenir?
Evitar ambientes fechados, onde se proliferam vírus e bactérias, e lavar as mãos com frequência são medidas que nos deixam mais blindados contra as infecções. O frio não causa a encrenca, mas cuidado com as mudanças bruscas de temperatura — elas são capazes de afetar as mucosas e comprometer a imunidade, favorecendo a ação dos micro-organismos.
O que é bom para a dor de garganta
Repouso: a imunidade melhora quando o corpo descansa. Portanto, tirar uma folguinha acelera mesmo a recuperação.
Chás: eles hidratam a região e, por isso, amenizam os incômodos. Mas cuidado: se muito quentes, podem piorar a irritação.
Própolis: algumas gotinhas administradas ao longo do dia são um recurso para abrandar ardência e dor no local.
Antibióticos: combatem só o ataque bacteriano. Se for viral, o jeito é aliviar os sintomas com analgésicos e anti-inflamatórios.
Pastilhas: com propriedades analgésicas e anti-inflamatórias, elas atenuam as dores, mas não tratam a infecção.
Fonte: Cláudia Schweiger, médica preceptora da Residência em Otorrinolaringologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre