Criado numa animação que deu destaque para os frondosos espinhos azuis, o ouriço Sonic, que, há dois anos, chegou às telas de cinema, cravando uma elevada bilheteria (na ordem dos US$ 320 milhões), retorna para estrelar Sonic 2 — O filme. Com potencial para alcançar a marca dos quase 500km/h, Sonic ganha o codinome de Justiça Azul, num novo estilo de vida, em que pretende aprofundar a integração com os humanos. Vale a lembrança de que ele chegou a Green Hills (Montana), por acaso, e teve que camuflar sua existência, durante anos, a partir de uma orientação de uma tutora chamada Garra-Longa.
Vindo de uma ilha misteriosa, Sonic — que no primeiro filme evitou o contato com seres humanos a todo custo — perpetua o poder da carga que carrega: uma porção de anéis mantidos como espécie de escudos. Na recém-chegada aventura dos cinemas, de novo, comandada pelo diretor Jeff Fowler, está disposta uma jornada que envolve guardiões de uma poderosa esmeralda. Sonic, por sua vez, segue interagindo com o policial Tom (James Marsden) e Maddie (Tika Sumpter), a dedicada companheira do agente da lei da pequena cidade em que se instala.
Megalomaníaco e irritante, o divertido personagem de Jim Carrey segue comandando, no posto de oponente de Sonic (na voz de Ben Schwartz), o bigodudo doutor Robotnik. A frente de ação, entretanto, se amplia: se no primeiro filme, Sonic era foragido de vilões e se obrigava ao isolamento; agora, o popular boneco da ação derivada dos games ganha a companhia da raposa Tails (interpretada na voz de Colleen O´Shaughnessey), e que tem origens bem distantes da Terra. Talentoso, simpático e divertido, Sonic se desdobra em aventuras que transbordam tons de caricatura.
Nascido do universo da franquia japonesa, com games populares por mais de 30 anos, Sonic 2 traz — em meio à realidade da anunciada aposentadoria de Jim Carrey, aos 60 anos — a ameaça de aniquilamento da civilização. O guerreiro equidna Knuckles entra em cena, num esquema que tenta destruir Sonic. Se o primeiro filme foi orçado em US$ 95 milhões, o segundo bateu a casa dos US$ 110 milhões. Importante lembrar que, antes de Sonic, o diretor Jeff Fowler tinha no currículo apenas uma indicação ao Oscar de melhor curta-metragem, pela animação Gopher Broke (2004).
A jornada pelo mundo do protagonista colorido, que abraça apelidos de Mancha Azul até Demônio Azul, passando ainda pela alcunha de filhote de Pé Grande, tem muito menos interferências de drones, que se viram exaustivamente multiplicados no primeiro filme. Agora, ganham mais intensidade, na trama, os parceiros, e inimigos, em live-action.
Outras estreias
O pacto
Foi em 1986, com os astros Meryl Streep e Robert Redford, que o produtor e diretor Sydney Polack venceu o Oscar de melhor filme, com o romântico Entre dois amores. Na famosa abertura, com a protagonista enunciando: “Eu tive uma fazenda na África. Eu tive uma fazenda na África, aos pés do monte Ngong”, já se notava o peso da literatura de Karen Blixen na adaptação para o cinema. É justo na figura dela que o diretor Bille August se concentra em O pacto, novo filme nascido de obra assinada por Thorkild Torpe. Birthe Neumann e Simon Nennebjerg encenam o retorno para a Dinamarca da famosa escritora Karen Blixen, que perdeu amor e fazenda, além de ter sucumbido à doença. Na trama, Blixen será um farol incontestável de ensinamentos para o poeta Thorkild Bjornvig, décadas mais jovem do que ela.
Caixa preta
O thriller conduzido por Yann Gozlan é encabeçado por Pierre Niney e pela lenda do cinema francês André Dussolier. Apresentado no Festival Varilux, o filme parte de um acidente aéreo ocorrido no voo Dubai-Paris. É a partir daí que a segurança na aviação civil é examinada por um personagem que levanta toda a sorte de fatores do acidente: seria falha técnica? Teria sido erro humano ou, pior, violento terrorismo?
Fonte: Correio Braziliense