A Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos) informou nesta terça-feira (4), em Brasília, que nenhuma das cinco obras de mobilidade sobre trilhos previstas para a Copa do Mundo de 2014 deve ficar pronta para o torneio. Três delas – veículo leve sobre trilhos de Brasília e os monotrilhos de São Paulo e de Manaus – já haviam sido retiradas da matriz de responsabilidade do governo por causa dos atrasos.
A ANPTrilhos representa empresas públicas e privadas que fazem transporte de passageiros sobre trilhos, como os metrôs de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
A entidade informou que o VLT de Cuiabá enfrenta problemas com o Ministério Público e a Justiça Federal e também não deve ficar pronto a tempo do evento. O quinto projeto, o VLT de Fortaleza, tem problemas relacionados à desapropriação de áreas para a passagem da via.
Os cinco projetos eram considerados prioritários entre 22 obras de ampliação, modernização e ampliação do setor, e estavam estimados em mais de R$ 11 bilhões em investimento.
O presidente da ANPTrilhos, Joubert Flores, disse que a falta dos cinco projetos vai dificultar o transporte de passageiros em grandes eventos, como a Copa das Confederações e a Copa do Mundo, mas afirmou não acreditar que o país vá “passar vergonha”.
“É tudo comparável com o tamanho da cidade. Cidades maiores já estão estruturadas e não vão ter tantos problemas. O risco é para algumas dessas sedes, que não têm nenhuma estrutura, que não fique pronta a tempo, mas o risco é menor”, disse. “As cidades vão estar preparadas, os sistemas vão estar preparados. Os sistemas sobre trilhos são capazes de absorver, com outros sistemas da cidade, e de atender corretamente esses eventos.”
A ANPTrilhos informou que cerca de 9 milhões de passageiros usam o transporte sobre trilhos diariamente, entre eles metrôs, monotrilhos, trens regionais e VLT. Apesar de ter crescido 8% em 2012 em relação a 2011 e transportado 2,6 bilhões de passageiros, a rede cresceu apenas 3,2% em 2012. A participação do segmento na matriz de transporte urbano no país é de apenas 3,8%, informou a entidade.