Investigações apontam irregularidade no registro de frequência e em atestados médicos. Justiça expediu mandados de condução coercitiva para 13 médicos e 3 servidores da UTI.
O Ministério Público e a Polícia Civil iniciaram nesta quarta-feira (15) uma operação que apura fraudes na gestão de UTI para adultos do Hospital de Base de Brasília. As investigações apontam para irregularidades no registro de frequência e em atestados médicos na unidade. Ao todo, a Justiça expediu mandados de condução coercitiva (quando o alvo é levado obrigado a depor) para 13 médicos e 3 servidores da UTI.
Segundo a Promotoria de Defesa da Saúde, a suspeita é de que médicos tenham burlado a escala de serviço da UTI adulto, com horas extras lançadas não realizadas, gerando horas de trabalho semanal incompatível. O MP também diz ver indícios de falsificação de documentos para justificar abonos concedidos.
A suspeita é de crimes de peculato, estelionato, falsidade ideológica, falsificação de documentos, associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informática. Entre os alvos estão uma ex-chefe da UTI e um ex-diretor.
O secretário de Saúde, Humberto Fonseca, disse que a pasta vai investigar o suposto envolvimento de servidores e que não vai tolerar nenhum tipo de fraude ou desvio. “A secretaria tem um ponto eletrônico na maioria das suas unidades. Todos os hospitais têm. Nós vamos expandir para todas as unidades básicas. Estamos fazendo uma licitação para compra dos coletores e controle do sistema”, disse.
“A nossa Corregedoria está trabalhando em conjunto com o MP para avaliar esses atestados graciosos. A maioria deles não são fraudados. A maioria está doente e precisa realmente cuidar da saúde. Mas existe sim uma quantidade de atestados graciosos que precisam ser combatidos.”
Batizada de Hígia, a operação faz referência à deusa grega da saúde e da limpeza. Ela é associada à prevenção de doenças e a continuação da boa saúde.