Não faz muito tempo, o feriado de carnaval significava aeroporto mais cheio do que as ruas da capital brasileira. De uns anos para cá, a crônica da folia na cidade vem sendo escrita de outro jeito. Brasilienses fundaram blocos, que, alinhados aos grupos tradicionais da cidade, transformam a cara dos festejos no Distrito Federal. No entanto, os organizadores reclamam da falta de apoio do governo e dos entraves burocráticos para proporcionar aos foliões uma diversão segura e com infraestrutura adequada.
uliana Andrade, proprietária do Café Balaio e idealizadora do bloco Perseguidas da Asa Norte, lamenta a falta de interesse da administração pública em facilitar a saída dos blocos. Ela conta que os organizadores do Perseguidas procuraram a Secretaria de Cultura para conseguir o chamado “kit de carnaval”, que consiste na montagem de palco, estrutura de som, tendas e banheiros químicos. Deram entrada no pedido, mas, até agora, a menos de duas semanas do feriado, não há nada confirmado.
“Além disso, não existe uma política ampla para o carnaval na cidade. Os órgãos não conversam entre si, a gente tem que ir de um em um para conseguir autorizações e apoios diferentes. Infelizmente, esbarramos na burocracia”, afirma. No ano passado, o debute do Perseguidas reuniu 600 pessoas na 202 Norte. No último domingo, o bloco fez um pré-carnaval que atraiu a mesma quantidade de foliões. A expectativa é de que, no sábado de carnaval, o público seja ainda maior. “O fato é que o carnaval de Brasília está se consolidando e cabe às autoridades planejarem e organizarem isso”, arremata Juliana.