Um grupo de pais dormiu em frente ao Centro de Ensino Fundamental 306 Norte, em Brasília, para tentar uma vaga dentre as remanescentes, disponibilizadas na manhã desta quinta-feira (6). A maioria deles reclamou que, apesar da espera, não conseguiu solucionar o problema. O secretário de Educação, Marcelo Aguiar, afirmou que, pelo sistema, todas as demandas de matrículas foram atendidas. Ele disse ainda que vai participar de uma reunião antes do horário de almoço para descobrir o que pode ter acontecido.
“Grande parte dessas situações acontece com pais que já têm filhos matriculados, mas querem mudá-los para outras escolas. Vamos verificar qual é a situação. É isso? É pai que perdeu o prazo para fazer matrícula? Houve problema na hora de passar informações?”, explicou.
À espera desde 4h, o servidor da Universidade de Brasília Manoel Torres diz que não tem outra opção de escola para o filho. A família mora no Guará e há mais de uma semana vai ao colégio perguntar por vagas para a criança, que vai fazer o 6º ano.
“As informações que passam para a gente são muito confusas. Eu me senti desrespeitado pelo próprio governo”, desabafou. ““Isso aqui é vergonhoso. É desmoralizante. A gente trabalha, paga imposto e tudo. É complicado.”
O auxiliar de veterinária Wellington Rodrigues, que mora no Recanto das Emas e trabalha na Asa Norte, diz compartilhar do sentimento. Ele passou a noite em uma cadeira em frente à escola, tentando uma vaga para o filho.
“Ele sofria bullying na antiga escola, aí repetiu de ano e não quer mais ficar lá. Como já tenho uma filha aqui, seria muito bom, porque eles estudariam no mesmo horário e fariam tudo juntos”, disse. “Estou me sentindo péssimo.”
As aulas foram retomadas na rede pública de ensino do DF nesta quarta-feira. O retorno foi antecipado, segundo o GDF, por causa da Copa do Mundo. No primeiro dia de aula, estudantes relataram falta de professores. Houve ainda uma escola que dispensou os estudantes mais cedo porque não tinha gás para fazer o lanche.