Crianças de uma escola pública da cidade da Estrutural, no Distrito Federal, vão ganhar uma grande festa de aniversário na próxima segunda-feira (28). O projeto, que teve a primeira edição em 2012, é do Palhaço Psiu, que há 19 anos faz trabalhos sociais no DF.
Ele diz que “busca levar alegria para meninos e meninas que passam por situações vividas por ele no passado”. Genilson Francisco Lopes, de 42 anos, cresceu em um antigo orfanato que existia em Planaltina.
“Eu fui realizar o primeiro aniversário da minha vida com 27 anos. Então, vou dar a elas o aniversário que eu nunca tive.”
Para a festa desta segunda-feira, Psiu também chamou crianças que vivem em uma instituição de acolhimento. O aniversário, chamado pelo palhaço de “Festa de Rico”, vai acontecer em uma casa de festas, no Setor de Clubes Norte, que pertence a uma das patrocinadoras do evento.
“Ela ofereceu o local e toda a decoração”, comemora Psiu.
Quem é o palhaço Psiu?
Palhaço Psiu em ação com crianças de uma creche da Cidade da Estrutural, no DF — Foto: Nicole Angel/ G1
O brasiliense Genilson Francisco Lopes diz que “vive de levar alegria para crianças em situação de vulnerabilidade”. O nome Psiu foi a forma que encontrou para homenagear o irmão.
“Geraldinho, que já morreu, me chamava de Psiu.”
Genilson conta que foi foi morar em um abrigo aos quatro anos de idade. Ele perdeu a mãe quando era pequeno e explica que “só conheceu o pai no enterro”.
O palhaço lembra que um amigo o ajudou a “sair da vida difícil e seguir pelo caminho certo”. Mas esse amigo não era real.
“Era um amigo imaginário. Era um palhaço, que tava sempre do meu lado, me ajudando e me guiando.”
Há 22 anos Genilson se transformou no palhaço Psiu. Ele afirma que a atividade é difícil – mas satisfatória. “É uma realização poder transformar situações difíceis em algo bom e alegre”, afirma.
Sanduíche que traz alegria
Na última quarta-feira (23), Psiu levou sanduíches de uma rede de fast food para crianças que nunca haviam experimentado o hambúrguer famoso.
“Um dia eu vi uma criança pedindo um sanduíche e o segurança do lugar tirou essa criança pra fora. Aquilo nunca saiu da minha cabeça.”
O palhaço conta que, em quatro meses, já conseguiu distribuir 800 lanches em regiões pobres do Distrito Federal.
“Eu quero morrer fazendo isso. Eu quero realizar sonhos de crianças pobres porque eu imaginava que eu ia ter um caminho diferente. Eu imaginava que meu caminho ia ser outro por tudo que eu passei dentro do orfanato”, afirma o palhaço Psiu.