Uma ilha, no meio da Amazônia tomada pelas cores azul e vermelho que dividem paixões. Assim é o Festival de Parintins, patrimônio cultural do Brasil, que está de volta depois de dois longos anos de espera.
O palco para essa grande celebração folclórica é o Bumbódromo que, visto de cima, lembra o formato de uma cabeça de boi. É que a festa mistura influências indígenas com a lenda de pai Francisco e mãe Catirina – dois escravos de uma fazenda – e também das festas de São João.
As torcidas não se misturam e 21 itens são julgados pelos jurados. Tudo é preparado de forma sigilosa e só se revela durante as três noites de apresentações, que este ano prometem emocionar.
O campeão desse ano deve ser conhecido somente na segunda-feira (27), quando as notas serão reveladas.
O boi caprichoso, representado pela cor azul e que tem como símbolo a estrela, vai trazer o tema “Amazônia, nossa luta em poesia”.
Enquanto que “Amazônia do Povo Vermelho” foi o tema escolhido pelo Boi Garantido, de cor vermelha e com um coração como símbolo.
Este ano, quem circula pela ilha de Parintins verá que as artes visuais tomaram as ruas. Várias obras de pintura estão espalhadas pela cidade como numa galeria a céu aberto.
Mas a principal fica na fachada do Bumbódromo: um mural gigante com quase 800 metros quadrados, intitulado “Vitória da Cultura Popular” e assinado por dois jovens parintinenses, Alziney Pereira e Kemerson Freitas.
Segundo a Secretaria de Turismo são esperadas cerca de 80 mil pessoas para o festival, 15% a mais do que a última edição. Os ingressos deste ano estão esgotados e os hotéis com lotação máxima.
Para a cidade, que tem a economia quase toda baseada nessa festa, o momento é de recuperação, pois nos anos de 2020 e 2021 o evento precisou ser cancelado por conta da pandemia da Covid-19. A expetativa da prefeitura da cidade é que sejam injetados R$ 100 milhões na economia.
Além do festival
É impossível vir a Parintins e não se encantar com os triciclos que estão por toda parte. Esse meio de transporte inusitado já é um símbolo do festival, tanto que os tricicleiros do município são patrimônio cultural e imaterial do estado do Amazonas.
A atividade é regulamentada por meio de associações que contam com mais de 350 trabalhadores associados, permitindo assim, a segurança para os visitantes que os escolhem como meio de transporte.
Durante o Festival Folclórico de Parintins, os tricicleiros oferecem um City Tour com roteiro especial que passa pelos principais atrativos turísticos da ilha.
A Feira de Artesanato Indígena também é parada certa de quem desembarca na ilha.
Brincos, colares, peças de vestuário e objetos de decoração confeccionados por artesãos indígenas de diversas etnias atraem turistas de todo o Brasil e de outros países.
A feira é realizada em parceria com a Associação Indígena Sateré-Mawé do Rio Andirá (Aisma), a Associação Cultural dos Artesãos Indígenas de Parintins (Aindi) e conta com a participação de mais de 60 artesãos.
O projeto tem como objetivos principais o fortalecimento do empreendedor indígena e a propagação da cultura amazonense.
Fonte: CNN