A Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos (DRFV) investiga o envolvimento de dois empresários com a quadrilha de furtos a veículos presa na manhã desta terça-feira (17/10), na Operação Ostentare. De acordo com os investigadores, os comerciantes, que foram alvo de mandado de condução coercitiva – quando se é obrigado a prestar depoimento –, faziam “encomendas” aos criminosos e revendiam os produtos ilegais, como som e equipamentos de automóveis.
Os empresários tinham bancas na Feira dos Importados, no SIA, e mantinham uma “parceria” com um dos criminosos mais atuante, identificado como Paulo Vitor. As investigações tiveram início no ano passado e resultaram na operação desta terça. Agentes e delegados da especializada cumprem cinco mandados de prisão temporária, seis de condução coercitiva e 12 de busca e apreensão. Os alvos estavam em Águas Claras, Taguatinga, Vicente Pires, Samambaia, Ceilândia e Sobradinho.
De acordo com o delegado-chefe da DRFV, Marco Aurélio, a quadrilha tinha preferência por carros novos. “Esses veículos, em sua maioria, tinham a chave reserva guardada no porta-luvas, o que facilitava a prática criminosa”, disse.
“No começo, eles não tinham muita experiência, mas após diversas ocorrências, passaram a se especializar ao ponto de determinar meta de R$ 2 mil para cada integrante por semana”, acrescentou o delegado.
As investigações apontaram, ainda, que os veículos eram subtraídos de locais próximos a comércios, por ficarem mais tempo estacionados em via pública. Após os furtos, os bandidos adulteravam os veículos com placas furtadas. Por vezes, eram usados para cometer novos delitos e, quando o automóvel já ficava muito visado, eles o revendiam. Os presos responderão pela prática de associação criminosa, furto qualificado e receptação, com penas que variam até oito anos de reclusão.
Veja as imagens registradas pelas câmeras de um supermercado, na Asa Sul. No vídeo, um dos criminosos desce do veículo para furtar as placas de um carro estacionado no local e foge em seguida na companhia de um comparsa:
https://www.facebook.com/pcdf.oficial/videos/876424505848498/
O grupo costumava contar vantagens sobre os furtos realizados. Jovens, eles investiam o dinheiro do crime em roupas de marca e equipamentos para deixar os carros chamativos. Um gol apreendido na residência de Paulo Vitor, em Águas Claras, tinha som automotivo instalado e acessórios esportivos.
“Eles gostavam de chamar atenção. Eram playboys. Gastavam tudo em carros e festas”, reforçou o delegado Marco Aurélio. O chefe da DRFV detalhou que o carro estava praticamente quitado. O suspeito, que é de classe média, se orgulhava de dizer que, com o crime, conseguiu comprar o seu próprio veículo. Ele também incentivava aos comparsas a fazerem o mesmo.