Banda se apresentou para 30 mil pessoas no Mané Garrincha nesta terça. Apresentação teve 35 músicas, incluindo versões para Pink Floyd e Beatles.
Hits e uma versão ao violão de “Redemption song”, de Bob Marley, foram os pontos altos do primeiro show do Pearl Jam em Brasília, que aconteceu na noite desta terça-feira (17), no Estádio Mané Garrincha. A banda de Seattle tocou pela primeira vez na capital federal para um público de 30 mil pessoas, que cantaram e aplaudiram principalmente as músicas mais conhecidas.
O vocalista Eddie Vedder se atrapalhou ao ler frases em português, foi para a galera no meio de duas músicas, tocou uma guitarra presenteada por um brasileiro e brincou com a presença de insetos do Cerrado que insistiam em voar perto do microfone dele.
O show teve 35 músicas, mais do que as 33 canções apresentadas em São Paulo, mas durou 20 minutos a menos. O grupo começou a tocar às 21h33, fez dois intervalos e se despediu duas horas e 55 minutos depois, à 0h28.
Vedder, os guitarristas Mike McCready e Stone Gossard, o baixista Jeff Ament e o baterista Matt Cameron subiram ao palco com uma hora de atraso. A informação que correu pelo estádio foi de que houve problema na organização da fila para um dos setores e parte do público só conseguiu entrar pouco antes da banda começar a tocar.

A apresentação não teve discurso mencionando os ataques terroristas da última sexta-feira (13) em Paris, na França, como ocorreu em São Paulo, mas o bumbo da bateria de Cameron trazia uma imagem estilizada da Torre Eiffel, Vedder usou uma faixa azul, branca e vermelha em parte do show e um vídeo exibido durante “Given to Fly”, com tomadas aéreas de Brasília, terminou com close no Palácio do Itamaraty iluminado com as cores do país europeu.

Pelas três primeiras músicas, não era possível saber que se tratava de um show de rock. As lentas “Realease”, “Wash” e “Nothingman” talvez fossem como uma reflexão sobre os atentados da semana anterior.
“Corduroy”, do álbum “Vitalogy”, foi a canção encarregada de acelerar o andamento. Depois vieram “Lightning bolt”, “Mind your Manners”, “Brain of J.”, “Tremor Christ” e “In my tree”, mas foi “Even flow” a música que levantou o público.
A primeira parte do show teve ainda mais nove músicas, entre elas “Rain”, dos Beatles, e o sucesso “Daughter”, com direito a trecho de “Another brick in the wall”. Na volta ao palco, mais dois covers: “Redemption song” e “Mother”, do Pink Floyd, ambas com Vedder ao violão, sentado em um banquinho.
“Sirens”, o hit do álbum mais recente da banda, “Lightning bolt”, preparou os fãs para “Jeremy”, uma das mais celebradas, cantadas e aplaudidas da noite, que fez o guitarrista Mike McCready abandonar a postura mais contida e passar a se movimentar com mais energia.
“Better man” e “Do the evolution” foram dois dos momentos mais marcantes da noite. Em seguida veio “Crazy Mary”, cover de Victoria Williams, com “duelo” entre McCready e o tecladista Keneth Gaspar – que chegou a citar o riff de “Paint it black”, dos Rolling Stones, no meio dos solos.

“Alive” manteve o ânimo do público em alta. A parte final do primeiro grande hit da banda foi vista com os refletores do estádio acesos. “Baba O’Riley”, cover do The Who, precedeu a última da noite, “Indifference”.
O tradicional abraço dos integrantes na frente do palco, com palhetas e baquetas arremessadas aos fãs, encerrou a noite. O público ainda pediu “Black”, mas com as luzes acesas e a produção já retirando os equipamentos, o show já havia acabado.
Entre os presentes, a sensação de que ficou faltando uma ou outra música. A ausência mais citada, além de “Black”, foi “Last kiss”, escrita em 1962 por Wayne Cochran e lançada como single pelo Pearl Jam em 1999. Também ouve quem falasse sobre “Rockin’ in the free world”, de Neil Young, tocada pelo grupo frequentemente.

Com tanto tempo de estrada e quase três horas de show, a falta desta ou daquela canção não comprometeu. Vedder e trupe deixaram o palco do Mané Garrincha depois de um verdadeiro espetáculo de rock’n’roll, tocado com competência e energia. Especialmente nos dias atuais, convenhamos que não é pouco.
Setlist do show do Pearl Jam em Brasília
1 – Release
2 – Wash
3 – Nothingman
4 – Corduroy
5 – Lightning Bolt
6 – Mind Your Manners
7 – Brain of J.
8 – Tremor Christ
9 – In My Tree
10 – Even Flow
11 – Rain (The Beatles cover)
12 – Unthought Known
13 – My Father’s Son
14 – Animal
15 – Daughter
16 – Habit
17 – Given to Fly
18 – Lukin
19 – Rearviewmirror
Intervalo
20 – Redemption Song (Bob Marley cover)
21 – Mother (Pink Floyd cover)
22 – Sirens
23 – Jeremy
24 – Supersonic
25 – Why Go
26 – Leash
27 – Porch
Intervalo
28 – Last Exit
29 – Elderly Woman Behind the Counter in a Small Town
30 – Better Man
31 – Do the Evolution
32 – Crazy Mary (Victoria Williams cover)
33 – Alive
34 – Baba O’Riley (The Who)
35 – Indifference