Insatisfeitos com a determinação judicial para suspender a operação tartaruga, policiais militares do Distrito Federal decidiram adotar procedimentos que permitam um “boicote” às atividades. As estratégias foram divulgadas por e-mail por um dos movimentos nesta terça-feira (4). As orientações incluem confeccionar autos de infração de trânsito com dados incorretos, para obrigar o Detran a anular a multa.
Vice-presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares do DF, o sargento Manoel Sansão afirmou que a ordem é “radicalizar”. “Não há motivação para os policiais trabalharem. Não adianta o Agnelo enganar a sociedade de que tem policial na rua, porque é só o corpo que está lá. Ninguém está trabalhando direito. A situação só vai piorar. Nós vamos radicalizar”, disse.
O GDF afirmou que as negociações com a corporação serão conduzidas apenas quando a situação da segurança pública do Distrito Federal estiver normalizada. Informou ainda que não detectou nenhuma forma de boicote e que, caso isso aconteça, o comando-geral da PM vai adotar os procedimentos necessários, mas não detalhou quais.
Nesta terça, os militares recorreram da decisão do Tribunal de Justiça determinando o fim da operação tartaruga. Eles também participaram de uma audiência pública na Câmara dos Deputados com os parlamentares do DF e com o secretário de Segurança, Sandro Avelar.
Na ocasião, Avelar afirmou que o aumento da violência na capital federal ocorre por causa da ação de menores infratores. Segundo ele, a legislação brasileira permite que os adolescentes retornem às ruas rapidamente e voltem a cometer crimes.
“Muito do que passa pela segurança pública no DF são problemas que passam pela legislação. Sofremos aqui com essa legislação branda que permite que menores cometam crimes bárbaros e continuem inflacionando os números, muitas vezes dificultando a atuação das autoridades policiais”, disse.