A Polícia Civil informou nesta segunda-feira (24) que investiga 30 denúncias de pessoas que apontaram suspeitos de envolvimento nos atos de vandalismo ocorridos durante manifestação na última quinta-feira (20).
Após protesto em frente ao Congresso Nacional contra gastos públicos na Copa das Confederações e diversos outros pleitos, como reajuste de tarifas do transporte público, um , fez pichações e ateou fogo junto a uma pilastra. Sete suspeitos ; um deles já prestou depoimento e os demais serão ouvidos a partir desta segunda na 5ª Delegacia de Polícia.
“Trinta cidadãos colaboraram e apontaram suspeitos que eles viram nas imagens da TV e que acharam conhecidos”, disse o diretor-geral da Polícia Civil, Jorge Luiz Xavier. “Elas ligaram para o 197 informando que conheciam a pessoa. Agora, a polícia vai isolar a imagem […] e vamos procurar informações sobre a pessoa mencionada pelo denunciante.”
Para o diretor, as denúncias feitas pela população são “fundamentais” para se chegar aos suspeitos. “Quem estava lá apenas para se manifestar tem também a possibilidade de ajudar a expurgar das manifestações os criminosos”, disse Xavier.
Na sexta-feira (21) o primeiro suspeito identificado a prestar depoimento à Polícia Civil, Cláudio Roberto Souza, de 32 anos e morador de Taguatinga, . Ele afirmou que agiu sozinho e que vai responder por seus atos.
De acordo com o Xavier, quatro suspeitos foram identificados pela própria entidade; os outros três, denunciados anonimamente pela população. O diretor informou que eles têm entre 18 e 25 anos, são de classe média e moram em Taguatinga e no Plano Piloto.
Segundo o diretor-geral da Polícia Civil, casos de suspeitos do crime de dano ao patrimônio público serão encaminhados para a Polícia Federal, uma vez que o prédio do Itamaraty é da União e, logo, competência da Justiça Federal. “Os suspeitos podem ser indiciados eventualmente até por formação de quadrilha, mas quem vai definir é a PF”, disse Xavier.
O protesto desta quinta-feira, que reuniu mais de 60 mil pessoas, terminou com pichações em cinco ministérios, destruição de 13 placas de sinalização e retirada de 15 holofotes das fachadas dos ministérios quebrados e das bandeiras dos 26 estados e do DF que ornamentavam a Alameda dos Estados. O Palácio do Itamaraty foi o mais atingido pelo vandalismo.
Três pessoas foram presas e 127 foram atendidas pelos bombeiros e pelo Samu durante o protesto, segundo balanço da Secretaria de Segurança Pública. A maioria dos atendimentos médicos ocorreu por irritação provocada pela inalação de gás lacrimogêneo, ferimentos provocados por pedradas e torções. De acordo com a Secretaria de Saúde, uma morte foi registrada no viaduto do Plano Piloto, que aparentemente não tinha a ver com o protesto.
A manifestação teve início por volta das 17h de quinta. O grupo se concentrou em frente ao Museu Nacional de Brasília e seguiu pela via N1 do Eixo Monumental até o Congresso Nacional. Pouco antes das 20h, manifestantes e PMs entraram em confronto.
A corporação usou spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo para tentar conter uma minoria que lançava rojões, sinalizadores, pedaços de madeira contra os policiais e faziam fogueiras no gramado em frente ao Congresso. Um manifestante que atirou um cone nos PMs e foi preso. Ele foi contido e levado para a viatura da Polícia Legislativa.