A população idosa no Brasil cresceu de 11,3% para 14,7% do total do número de brasileiros nos últimos 10 anos. Consequentemente, representa 14,24% do total de beneficiários do mercado de planos médico-hospitalares e 28,78% dos planos individuais e familiares, de acordo com dados da Associação Brasileira do Planos de Saúde (Abramge) divulgados nesta segunda-feira (3/10).
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população total do país foi estimada em 212,7 milhões em 2021, o que representa um aumento de 7,6% ante 2012. Nesse período, a parcela de pessoas com 60 anos ou mais saltou de 11,3% para 14,7% da população. A expectativa do órgão é que, até 2030, o número de idosos(as) deve superar o de crianças e adolescentes de zero a quatorze anos.
O envelhecimento da população foi sentida na assistência de saúde suplementar. Na comparação entre os meses de junho de 2021 e 2022, os beneficiários de planos de saúde com 60 ou mais cresceram 3,72%, levando em conta todas as faixas etárias. Para todo o mercado, no mesmo período, o número de beneficiários cresceu 3,23%.
O número total de beneficiários é de 49.664.356 para serviços médico-hospitalares privados, dos quais 14,24% ou 7.073.597 pessoas são idosos. Quando o recorte é a participação de pessoas dessa faixa etária entre os usuários de planos de saúde individuais ou familiares é de 2.588.320 pessoas num universo de 8.994.591.
A faixa com maior representatividade de idosos é de 40 a 44 anos, na qual eles representam 7,67% dos usuários. Em seguida, pessoas entre 45 e 49 anos representam 5,83% do total, enquanto usuários com idades entre entre 75 e 79 anos representam 4,92% do total de beneficiários totais de planos nesta faixa.
Saúde Suplementar
Em setembro deste ano, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) emitiu alerta para a importância do cuidado com a saúde mental do idoso, uma vez que se trata do mês de prevenção nacional ao suicídio. De acordo com o Ministério da Saúde, também cresceu o número de pessoas com mais de 60 anos com plantas de saúde mental, entre outros motivos, devido ao isolamento social provocado pela pandemia. Entre as principais iniciativas da ANS para aprimorar o atendimento ao idoso está o desenvolvimento de programas de Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos e Doenças (Promoprev).
O órgão aponta que, atualmente, há 1170 programas de Promoprev, sendo 618 programas aprovados pela ANS e 552 informados à ANS , dos quais 464 são direcionados para a saúde do adulto e do idoso, o equivalente a 75% do total.
Os principais problemas de saúde dos idosos estão ligados à depressão, transtorno de ansiedade e demências como o Alzheimer. “É possível evitar o surgimento ou o agravamento de doenças mentais, de doenças crônicas, com um modelo de atenção que tenha foco na saúde do usuário do plano. Para isso, é fundamental que as operadoras façam a gestão da saúde de seus clientes, com acompanhamento periódico, e adoção de medidas preventivas”, destaca o diretor-presidente da ANS, Paulo Rebello.
“As pessoas estão vivendo mais e essa tendência vai continuar nos próximos anos. A população idosa vem crescendo no Brasil e é preciso que esse envelhecimento aconteça com saúde e qualidade de vida. O setor de saúde suplementar tem que estar preparado para oferecer cuidado e acolhimento a esse grupo populacional”, pontua Maurício Nunes, Diretor de Desenvolvimento Setorial da ANS.
Por Correio Braziliense