Uma legião de novos eleitores participará das eleições deste ano. Ao todo, 2.042.817 brasileiros com menos de 18 anos se habilitaram, entre janeiro e abril deste ano, a votar em outubro. Um aumento de 47,2% em relação à disputa de quatro anos atrás e de 57,4%, na comparação com as eleições de 2014. Para que houvesse esse aumento expressivo, houve uma campanha forte, com o envolvimento direto de figuras midiáticas. Em fevereiro, o próprio TSE deu a arrancada. E celebridades de dentro e de fora do Brasil entraram na onda. A cantora Anitta e o ator Mark Hamill, intérprete do lendário Luke Skywalker, de Guerra nas Estrelas, resolveram emprestar seu nome para a causa, da mesma forma que muitos outros famosos, como o youtuber Felipe Neto e o ator Leonardo DiCaprio, que provocou críticas do presidente Jair Bolsonaro. Mas o que desejam e esperam esses novos eleitores? A socióloga Esther Solano, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e pesquisadora do perfil dos eleitores, lançou, em janeiro, o estudo Juventude e Democracia na América Latina. No estudo, fica presente a força desses influenciadores e a percepção dos jovens sobre a política e os políticos. No Ao Ponto desta terça-feira, a socióloga conta o que move esse público e analisa a aderência dos jovens eleitores às opiniões que circulam nas redes sociais. Ela também avalia em que medida esse contingente de eleitores poderá ter papel decisivo em uma disputa e se os políticos adotam uma linguagem capaz de se conectar a esse eleitorado.
Fonte: O Globo