Categorias pedem reajuste de 27,3%; governo oferece 21,3% parcelados.
Eixo Monumental chegou a ser fechado por 15 minutos perto do Itamaraty.
Integrantes de três centrais sindicais e de 23 sindicatos de servidores públicos fizeram uma marcha na manhã desta quarta-feira (22) por reajustes no salário. O Eixo Monumental foi fechado por cerca de 15 minutos na altura do Itamaraty durante marcha dos manifestantes em direção à Praça dos Três Poderes.
O protesto foi marcado na semana passada e até as 10h da manhã contou com 1,2 mil pessoas vindas de todo o Brasil, segundo a Polícia Militar – para os organizadores, eram 3 mil. A marcha foi convocada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) e a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB). Dentre as categorias, o movimento reuniu servidores de ensino superior, professores, funcionários do INSS e auditores fiscais.
Segundo o secretário-geral da Confederação dos Servidores Públicos Federais (Condsef), Sérgio Ronaldo da Silva, um dos objetivos da marcha é pedir a compensação da inflação no salário, que segundo ele acumula mais de 27,3% de perdas desde 2010. Os servidores também demandam reajustes anuais para impedir a desvalorização dos salários.
O Ministério do Planejamento, responsável por coordenar o orçamento do governo, informou que vem negociando com as categorias de servidores do Executivo. O governo oferece 21,3% de reajuste, parcelado em até quatro anos.
Para Silva, os trabalhadores “não podem pagar a conta do ajuste fiscal”. “Na nossa visão, a caneta do governo só serve para trazer prejuízos para o trabalhador. Ele tem como atender nossas demandas”, disse.
Nesta quarta, o governo publicou no Diário Oficial o veto ao reajuste dos servidores do Judiciário. Silva considerou a negativa do governo “injusta”. “A aposta agora é de que o Congresso derrube o veto”, disse. “Nosso prazo é até dia 31 de agosto. Se o governo não nos atender até lá, vai ter a maior greve geral até agora.”
Nem todas as categorias pedem reajuste salarial. Segundo o diretor da Associação Nacional dos Docentes de Ensino Superior (Andes) Tiago Zurck, que representa professores universitários, a demanda é por estruturação de um plano de carreira. Para ele, no entanto, a junção de vários sindicatos não é empecilho para o movimento. “A unidade facilita. Com relação aos servidores, há pautas específicas, mas há muitas pautas comuns.”